Na contramão do mundo, EUA e alguns dos seus aliados votaram contra a resolução antinazista | Foto: Reprodução

A Assembleia Geral da ONU adotou uma resolução apresentada pela Rússia e outros países contra a glorificação do nazismo e a conivência com o neonazismo, com 118 países votando a favor, entre eles, Rússia, China e Brasil. Votaram contra a resolução antinazismo os EUA, Alemanha, Itália, Japão, Ucrânia e mais 44 países. 14 se abstiveram.

Moscou propõe a resolução todos os anos há quase duas décadas, instando a ONU a combater a “glorificação do nazismo, neonazismo e outras práticas que contribuem para a escalada das formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância relacionadas”.

A resolução condena veementemente a glorificação e propaganda do nazismo, em particular a aplicação de grafites e desenhos pró-nazistas, inclusive em monumentos às vítimas da Segunda Guerra Mundial.

O documento recomenda que os países tomem medidas concretas apropriadas, inclusive na legislação e na educação, de acordo com as suas obrigações internacionais em matéria de direitos humanos, a fim de evitar a revisão da história e do resultado da Segunda Guerra Mundial e a negação de crimes contra a humanidade cometidos durante a Segunda Guerra Mundial.”

A resolução insta, também, os Estados a eliminarem todas as formas de discriminação racial por todos os meios apropriados, inclusive legislação.

Além disso, a resolução condena veementemente a utilização de materiais educativos, bem como de retórica no ensino, que promova o racismo, a discriminação, o ódio e a violência com base na etnia, nacionalidade, religião ou crença.

Também “condena sem reservas” qualquer negação ou tentativa de negar o Holocausto, bem como qualquer manifestação de intolerância religiosa, incitamento, assédio ou violência contra pessoas ou comunidades, com base na origem étnica ou crença religiosa.

Os resultados da votação “falam por si”, assinalou a Representante Permanente Adjunta da Rússia junto da ONU, Maria Zabolotskaya, agradecendo o apoio de mais de 100 delegações e observando que, faz tempo, certos países ocidentais não escondem seu inconformismo com o isolamento do neonazismo.

Zabolotskaya disse que o objetivo da resolução é “apontar diretamente para a inadmissibilidade da retórica racista e xenófoba, para pedir ação contra manifestações de islamofobia, cristianofobia, afrofobia e antissemitismo, que estão se tornando uma ocorrência rotineira em muitos países”.

“Um grupo de países ocidentais tentou transformar a iniciativa russa em um documento político, o que contraria o status e o tema da resolução. Esta resolução visa diálogo e cooperação e não ofensas e confronto”, disse a diplomata.

Ao apresentar a “emenda hostil” e votar contra o documento, ela acrescentou, certos países “se opuseram abertamente ao esforço internacional para combater manifestações radicais de racismo e xenofobia”.

A “emenda hostil” que não passou na Assembleia Geral da ONU tentava atribuir à Rússia, ao invés de ser um esforço sincero, que vem fazendo há duas décadas, contra a glorificação do nazismo e contra os ataques de nazistas a monumentos históricos da vitória sobre o nazifascismo, que se tornaram muito comuns no leste europeu, de ser um ardil para fortalecer sua campanha pela “desnazificação e desmilitarização da Ucrânia”.

Já o voto do regime de Kiev, instalado pelo golpe de 2014 da CIA, e que se proclamou herdeiro dos colaboracionistas nazistas, adotou os nazistas do batalhão Azov e até mesmo símbolos indisfarçavelmente de cunho nazista, sob esse ponto de vista, não se pode dizer que não tenha coerência.

Fonte: Papiro