Human Rights Watch apresentou relatório em que denuncia Israel por usar a fome como arma em Gaza | Foto: Divulgação

“Nesta terça-feira (19), o diretor regional do Programa Alimentar Mundial da Organização das Nações Unidas (PMA) para o Médio Oriente e Norte de África informou que metade da população da Faixa de Gaza sofre de fome extrema ou grave e 90% fica sem comida durante todo o dia”, afirmou o relatório do Escritório da ONU para Assuntos Humanitários (Ocha), alertando para a gravidade do bloqueio imposto Netanyahu.

Conforme o Escritório da ONU, “milhares de pessoas fazem fila em Rafah (no Sul de Gaza) diante dos centros de distribuição de ajuda que necessitam de alimentos, água, abrigo e proteção, no meio da ausência de latrinas e de instalações adequadas de água e saneamento em locais de deslocados informais e abrigos improvisados”.

“O que você vê é que existe medo, você vê isso nos olhos das pessoas e ouve quando fala com elas: muitas perguntas, muita confusão sobre o que vai acontecer a seguir”, declarou o vice-diretor executivo do PMA, Carl Skau, que esteve recentemente em Gaza. Como apontou, se há duas semanas 97% das famílias palestinas no norte de Gaza e 83% no sul relataram consumo alimentar inadequado, a situação só tem se agravado.

As Nações Unidas destacaram que desde a nova escalada de agressões do governo de Benjamin Netanyahu em 7 de outubro, chegaram ao enclave palestino apenas 10% dos alimentos necessários para os 2,2 milhões de habitantes.

O diretor da Agência da ONU para os Refugiados na Palestina em Gaza, Thomas White, comunicou que vários veículos da organização que se dirigiam ao território foram atacados por israelenses, tendo sido saqueadas inúmeras caravanas com ajuda humanitária. A política de cerco e extermínio, estilo dos nazis em Auschwitz, vem sendo constantemente estimulada pelo primeiro-ministro israelense.

Os ataques massivos já devastaram metade da área habitacional em Gaza, priorizando as instalações civis, com o criminoso corte de água, alimentos, remédios, eletricidade e combustível. Até o momento, a campanha genocida já deixou cerca de 20 mil mortos e 53 mil feridos palestinos. Infelizmente, alertam os médicos, muitos destes feridos não conseguirão sobreviver por falta de medicamentos, pela destruição, devastação ou superlotação de hospitais.

“CRIME DE GUERRA”

Ampliando a denúncia, a Human Rights Watch apresentou um novo relatório na segunda-feira em que acusa Israel de usar a fome como arma em Gaza, denominando o caso de “crime de guerra”.

Brasil, China, Rússia e inúmeros países voltaram a conclamar Israel a que pratique a solução de dois Estados, aprovada pelas Nações Unidas em 1947, como a única forma possível de alcançar uma paz duradoura. Israel respondeu com bombas.

Fonte: Papiro