Civis palestinos quando detidos pelas tropas israelenses | Imagem de Twitter

O jornal israelense Haaretz revelou, na segunda-feira (18), que as dezenas de civis que foram presos na cidade de Jabalya, na Faixa de Gaza pelas tropas de extermínio de Israel morreram na prisão ou em bases militares em circunstâncias que “não estão claras”.

Já encarcerados, eles continuaram vendados e algemados. Testemunhas relatam espancamentos e execuções.

As imagens da detenção, quando os soldados mandaram que dezenas de pessoas tirassem a roupa e se sentassem no meio da rua, enquanto eram algemadas e vendadas, correram o mundo.

De acordo com o Haaretz, essas pessoas, foram levadas para uma base militar israelense de Sde Teiman, perto da cidade de Be’er Sheva. O local fica a cerca de 40km de Gaza.

Os presos permaneceram por semanas nessa base, “onde diversos deles morreram”, afirmou o jornal israelense. Israel reconheceu que os palestinos morreram sob seus cuidados na prisão.

“Os detidos ficam com os olhos vendados e com as mãos algemadas a maior parte do dia, e as luzes ficam acesas durante a noite. As algemas limitam os movimentam e não os permitem comer”, detalhou o Haaretz.

“Para alguns dos casos [de morte] há evidência de violência antes da morte ou de negligência médica. Em um caso, o testemunho de um prisioneiro e o relatório da autópsia visto pelo Haaretz sugerem que a violência foi a causa da morte do preso”.

O exército israelense diz que aqueles que não tinham ligação com o Hamas foram levados de volta para a Faixa de Gaza, enquanto os demais foram para o serviço prisional de Israel.

O Haaretz contou em suas reportagens que casos de mortes foram registrados tanto na base militar de Sde Teiman quanto em presídios de Israel.

ONG DE DIREITOS HUMANOS PEDE INVESTIGAÇÃO

A organização que atua na área dos direitos humanos Euro-Med Human Rights Monitor defendeu que seja realizada uma “investigação imparcial e urgente” sobre a morte de presos palestinos em uma base militar de Israel.

“A base foi transformada em uma nova prisão do tipo Guantánamo, onde os detidos são encarcerados em condições desumanas”, apontou a ONG. Guantánamo é uma prisão e centro de tortura mantido pelos Estados Unidos na ilha de Cuba.

Relatos de testemunhas obtidos pela Euro-Med Monitor afirmam que “diversos prisioneiros idosos sofreram espancamentos e tratamento humilhante”. O relato das pessoas que saíram dessa base mostra que alguns prisioneiros foram executados.

Israel está detendo centenas de palestinos na Faixa de Gaza com base na legislação do mandato colonial britânico, mantido por Israel, as chamadas “prisões administrativas”, a partir da qual não é necessário sequer ser apresentada uma acusação.

A Lei dos Combatentes Ilegais, que “regula” as prisões realizadas, determina que a pessoa não pode sequer conversar com um advogado nos primeiros 28 dias de detenção, prazo que pode ser prorrogado para 80 dias por um juiz.

Fonte: Papiro