Quarto do hospital Al Shifa superlotado é visitado por equipe da OMS | Foto: ONU

Os funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU) denunciaram que a equipe que integra uma missão sua em Gaza, ao entregar suprimentos médicos ao hospital Al-Shifa nesta semana se deparou com o “banho de sangue” a que estão sendo submetidos os palestinos. O hospital é um dos poucos do Norte da Faixa de Gaza que ainda não foi destruído até esta semana pelas tropas naziisraelenses e onde um povo se encontra “sitiado, preso em um ciclo de morte, destruição, fome e doença”.

Como comprovado pelas Nações Unidas, completamente bloqueados pelos ocupantes, sem recursos, o hospital Al-Shifa espalhou as vítimas pelo chão. A gravidade é absurda, uma vez que ele costumava ser o maior e mais importante de referência em Gaza.

Sem nem mesmo condições de realizar procedimentos básicos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reitera a urgência de aumento das equipes médicas no local para não deixar ao abandono vítimas inocentes, sejam homens, mulheres ou crianças, que se multiplicam diariamente, aumentando o risco de contaminação.

De acordo com a equipe, as vítimas com lesões traumáticas vêm sendo suturadas no chão e o pronto-socorro está tão abarrotado que médicos e enfermeiros precisam redobrar a atenção para nem mesmo pisar nos pacientes.

O hospital está restrito a fornecer estabilização básica de traumas, sem dispor de qualquer sangue para transfusão. As salas de cirurgia e outros serviços estratégicos foram paralisados devido à falta de combustível, oxigênio, profissionais especializados e suprimentos. Os serviços de diálise são prestados a cerca de 30 pacientes por dia e as máquinas de diálise funcionam 24 horas por dia, 7 dias por semana, usando um pequeno gerador elétrico, que está nos seus estertores.

De forma heroica, um grupo de médicos e enfermeiros sobreviventes ao genocídio israelense, junto a cerca de 70 voluntários, trabalham sob o que a equipe da OMS descreveu como “circunstâncias incrivelmente desafiadoras”.

Em uma declaração divulgada no sábado, a OMS afirmou que está comprometida em fortalecer o Hospital Al-Shifa para que possa retomar serviços essenciais para salvar vidas. A agência sublinhou que é urgentemente necessário um número adicional de pessoal médico, de enfermagem e de apoio especializado, incluindo equipes médicas de emergência.

A OMS esclarece ainda que milhares de pessoas estão deslocadas abrigadas no hospital, que enfrenta uma grave escassez de alimentos e água potável.

O hospital Árabe Al-Ahli ainda segue parcialmente funcional no norte de Gaza, juntamente com três hospitais minimamente precários: o Al-Shifa, o Al Awda e o Complexo Médico Al Sahaba. Outro hospital, o Kamal Adwan, está no centro de uma brutal operação militar perpetrada neste momento pelos fascistas israelenses.

Além dos funcionários da ONU no Al-Shifa participaram da missão conjunta, funcionários da OMS, do Escritório da ONU para Assuntos Humanitários, o Departamento de Segurança e Proteção das Nações Unidas (Undss) e o Serviço de Ação contra Minas da ONU (Unmas).

Na oportunidade foram entregues medicamentos e materiais cirúrgicos, equipamentos de cirurgia ortopédica, além de materiais e medicamentos anestésicos ao hospital.

Fonte: Papiro