Banco Central | Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil

A atividade econômica do país iniciou o último trimestre de 2023 em queda, segundo o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BC), que registrou uma contração no Produto Interno Bruto (PIB) de 0,06% em outubro ante setembro. Essa é a terceira queda consecutiva do indicador: -0,71% em agosto, -0,5% em setembro e -0,06% em outubro.

No trimestre, o indicador aponta uma retração de 0,42% do PIB brasileiro, que corresponde à soma de todos os bens e serviços produzidos no país, frente ao trimestre imediatamente anterior (maio, junho e julho), já descontado as variações sazonais. O IBC-Br é considerado uma “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado oficialmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Sob a égide dos juros altos do Banco Central, a produção industrial registrou uma alta de  0,1% em outubro, após ter apresentado um resultado nulo em setembro (0%). Um período em que o faturamento real dos serviços recuou -0,6% e as vendas do comércio registraram queda de -0,2%.

Sem mais contar com os efeitos positivos da supersafra deste ano, o PIB variou em alta de apenas 0,1%, em comparação com o segundo trimestre (1%), o que significa que a economia segue desacelerando desde a alta de 1,4% registrada no primeiro trimestre deste ano.

Com os indicadores econômicos apontando para o enfraquecimento da economia e mesmo com a diminuição dos índices de inflação ao longo deste ano, em sua última reunião de 2023, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu mais uma vez realizar um corte minguado de apenas 0,5% pontos percentual (p.p) na Selic, reduzindo a taxa básica de juros brasileira de 12,25% para 11,75% ao ano.

O Copom realizou cortes minúsculos de 0,5% p.p na Selic, em cada das quatro reuniões que ocorreram de agosto a dezembro. Mas tal redução na taxa nominal não alterou o nível do juro real – quando descontada a inflação – que segue alto, mantendo o Brasil entre os maiores cobradores de juros reais do mundo.

Na ata da reunião, divulgada ontem pelo BC, o Copom deixou claro que não irá fazer cortes mais progressivo na taxa Selic para manter em 2024 a sua política contracionista monetária (a mesma implementada no governo Bolsonaro), que restringe o crédito e eleva as dívidas das famílias e empresas, que inibe o consumo de bens e serviços no país, mas que garante, mês após mês, volumosas somas de dinheiro aos bancos e rentistas, via o pagamento de juros da dívida pública.

“Com relação aos próximos passos, os membros do Comitê concordaram unanimemente com a expectativa de cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões e avaliaram que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista”, diz trecho da ata do Copom.

Fonte: Página 8