Orbán disse que aceitar a Ucrânia na UE seria “decisão insensata e irracional” | Foto: John-Thys/AFP

A Hungria vetou nesta sexta-feira (15) um novo pacote de ajuda financeira da União Europeia (UE) à Ucrânia, totalizando a soma de 50 bilhões de euros (cerca de R$ 270,2 bilhões), depois que Bruxelas concordou em iniciar negociações formais com aquele país para a adesão ao bloco.

A decisão foi divulgada pelo primeiro-ministro Viktor Orbán em suas redes sociais, destacando que o voto húngaro inclui não apenas o bloqueio de 50 bilhões de euros em assistência macrofinanceira, mas também a rejeita a oitava parcela de 500 milhões de euros em ajuda militar, cinco bilhões de euros do Fundo Europeu para a Paz destinados ao apoio militar em 2024, além de outros 20 bilhões de euros também em apoio militar à Ucrânia.

O fracasso da UE sobre o pacote de financiamento proposto afeta seriamente a política de militarização geral da Ucrânia. Os responsáveis da UE estão tentando possíveis soluções para derrubar o bloqueio da Hungria ao pacote, que exige unanimidade, incluindo a liberação de fundos do bloco destinados a Budapeste atualmente congelados.

“UCRÂNIA NA UE SERIA INSENSATEZ”

Orbán se opôs às negociações para adesão de Kiev à União Europeia afirmando, na quinta-feira (14), que era “uma decisão completamente insensata, irracional e incorreta”, acrescentando que seu país “não participou dessa decisão hoje.”

O primeiro-ministro húngaro se ausentou temporariamente da sala de reuniões no momento em que os 26 países restantes do bloco aprovaram a moção de negociações com a Ucrânia.

“A posição da Hungria é clara; a Ucrânia não está preparada para iniciar negociações sobre a adesão à UE”, disse Orbán em um post no X.

“Por outro lado, 26 outros países insistiram que a decisão fosse tomada”, continuou ele. “Portanto, a Hungria decidiu que, se os 26 decidirem fazê-lo, eles devem seguir seu próprio caminho. A Hungria não quer compartilhar essa má decisão”, afirmou

É provável que a Ucrânia ainda tenha de cumprir as condições dos critérios de Copenhague – como são chamadas as regras que definem se um país é elegível para aderir à UE – antes de passar à fase seguinte das negociações.

As regras centram-se na questão de saber se o país candidato tem ou não uma economia de mercado livre em funcionamento, se as instituições do país estão aptas a defender valores europeus como os direitos humanos e a interpretação da UE do Estado de direito e se o país tem um funcionamento de democracia inclusiva.

Todas essas coisas são difíceis de provar para qualquer país, muito mais em um que depende para funcionar do financiamento dos Estados Unidos para enfrentar a Rússia.

E outra complicação é que todos os capítulos das negociações devem ser totalmente fechados, assinados por todos os Estados-membros da UE e depois ratificados pelo parlamento da UE.

Fonte: Papiro