"Parem o massacre em Gaza", exige manifestante em Paris | Foto: AFP

Milhares de pessoas foram às ruas de Paris e mais quarenta cidades na França, no dia seguinte à retomada da carnificina por Israel em Gaza, o sábado (2), para exigir o “cessar-fogo permanente”, repudiar o genocídio e a limpeza étnica e bradar “somos todos palestinos”.

A marcha, que começou na Place de la Republique e terminou na Place de la Bastille, foi convocada pelo Coletivo Nacional por uma Paz Justa e Duradoura entre Palestinos e Israelenses, juntamente com outros grupos, como o Urgence Palestine, Associação França-Palestina Solidária, o coletivo “Urgence Palestina”, intelectuais, artistas, deputados e sindicalistas.

Uma multidão percorreu as ruas, soltando sinalizadores com as cores da bandeira palestina, agitando bandeiras palestinas e portando cartazes como “Parem o genocídio”, “liberdade para todos os presos” e “parem as entregas de armas a Israel”.

No protesto, o ex-candidato progressista à presidência da França e líder do partido França Insubmissa, Jean-luc Mélenchon afirmou que, nos termos do direito internacional, “destruir escolas, destruir hospitais, assassinar gente em massa, nos seus apartamentos, nas suas casas, se chama crime de guerra e tem de cessar”, após apontar que isso não é “exercer o direito de defesa”.

Mélenchon assinalou que a ação do governo israelense em Gaza atende “todas as premissas de genocídio” como define a lei internacional, assim como sua punição coletiva à população de Gaza, “o que a inteligência coletiva do mundo rejeitou há muito tempo”.

Ao iniciar seu pronunciamento, Mélenchon – fazendo questão de contrastar com a declaração de um ministro israelense que chamou os palestinos de “animais humanos”, fez questão de indagar “quem somos nós”, ali reunidos, para responder: “o povo humano”.

Falando sobre o rompimento da trégua, ele denunciou que a morte de civis vem “nos chocar e de novo nos chocar”, pedindo um “cessar-fogo imediato, imediato”.

No ato, a embaixadora da Palestina na França, Hala Abou Assira, reiterou a urgência de “um cessar-fogo imediato face ao crime de genocídio em curso na Faixa de Gaza”. A líder dos ambientalistas (partido Europa Ecologia – Os Verdes), Marine Tondelier, instou o Tribunal Penal Internacional a “entrar em Gaza” e investigar ali os crimes de guerra em curso.

“É um genocídio lá. Crianças não são danos colaterais”, indignou-se, Lola, de 17 anos e estudante do ensino médio, ao jornal L’Humanité.

“Quando eles impõem a fome e privam as pessoas de água, quando não há mais hospitais funcionando na Faixa de Gaza, é genocídio, quando bombardeiam e destroem casas e escolas, é genocídio e é contra isso que estamos lutando hoje”, disse ao portal Al Mayadeen o manifestante Omar Alsoumi.

No mês passado, em paralelo a seu pronunciamento pelo cessar-fogo em Gaza e pelo fim do genocídio, os comunistas francesas lançaram uma campanha pela libertação do líder palestino Marwan Barghouti, do Fatah, principal partido da OLP, que está encarcerado desde 2002, há 21 anos, e foi companheiro de Yasser Arafat. E constantemente comparado a Mandela.

O PCF também instou o governo Macron a agir pela libertação de Barghouti e por uma paz justa e duradoura, exigindo o fim colonização e reconhecimento do Estado da

Palestina com base nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como capital, ao lado de Israel, para que os dois povos reconciliados vivam em paz e segurança.

Fonte: Papiro