Famílias inteiras deixaram seus lares sob ameaça de bombas israelenses | Foto: Reprodução

A agência da ONU na Palestina (UNRWA) afirmou que Israel forçou o deslocamento de 1,7 milhão de civis na Faixa de Gaza, representando cerca de 85% da população, e está bombardeando os abrigos para refugiados.

Na Nakba 2023, “Israel” primeiro bombardeia as casas dos palestinos. Depois, as escolas, hospitais e todo tipo de abrigo para os que perderam seus lares.

Da população deslocada, 930 mil estão vivendo em 156 instalações da UNRWA, sendo a maior parte nas regiões central e sul da Faixa de Gaza.

Segundo a UNRWA, 160 mil palestinos estão abrigados em 57 escolas da agência na região norte de Gaza, a que tem sido bombardeada e invadida com mais força por Israel.

“A UNRWA não tem acesso a estes abrigos para ajudar ou proteger os deslocados internos e não tem informações sobre as suas necessidades e condições”, disse a agência em comunicado.

Israel já bombardeou e matou dezenas de civis nas escolas Al Fakhoura, uma das maiores mantidas pela ONU na Palestina, e Al Jakhoora, no campo de refugiados de Jabalia, que foram transformadas em abrigos. Somente a primeira acolhe pelo menos 4 mil pessoas.

A ONU informou Israel da localização das escolas e pediu que não as atacasse para proteger a população civil, mas o país optou por lançar suas bombas ali, assim como em diversos de hospitais e postos de saúde.

Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA informou, na terça-feira (21), que 176 refugiados morreram por bombardeios feitos por Israel contra abrigos, enquanto outras 778 ficaram feridos.

108 funcionários da ONU foram assassinados por Israel.

“O povo de Gaza não está seguro em lado nenhum: nem em casa, nem sob a bandeira da ONU, nem num hospital, nem no norte, nem no sul”, avaliou.

“As condições nestes abrigos são indescritíveis. Eles estão superlotados e chocantemente insalubres. Em média, 150 pessoas partilham um único banheiro e 700 pessoas partilham um único chuveiro, quando disponível”, disse.

Lazzarini descreveu ainda a falta de água, alimentos e remédios para os civis em Gaza, além da falta de combustível para o funcionamento de hospitais. Israel tem sabotado a entrada de ajuda humanitária.

“O cerco é um castigo coletivo. O ataque à assistência humanitária também é uma punição coletiva”, afirmou.

Em menos de dois meses, Israel já matou 13 mil palestinos, sendo que mais de 5.300 eram crianças.

Philippe Lazzarini destacou, em comunicado feito da diretoria da UNRWA, que Israel tem feito avanços contra a Cisjordânia. “Desde 7 de outubro, 200 palestinos, incluindo 52 crianças, foram mortos pelas forças israelenses, além de oito, incluindo uma criança, por colonos”, neste espaço da Palestina.

Fonte: Papiro