Funcionário da ONU avalia a devastação após bombardeio na escola Al Fakhoura | Foto: Reprodução

Dezenas de palestinos morreram ou ficaram feridos em ataque aéreo israelense contra duas escolas da ONU em Gaza, em que se aglomeravam milhares de civis, escorraçados de suas casas pelas bombas israelenses, registrou a Al Jazeera.

“Horrendo e estarrecedor”, denunciou a agência de notícias do Qatar, expondo mais esse crime de guerra israelense na escola Al Jakhoora, no campo de refugiados de Jabalia, no norte do enclave. A outra escola da ONU atacada fica em Tal Al Zataar.

Segundo o portal libanês Al Mayadeen, o bombardeio foi durante a noite, “matando dezenas de palestinos enquanto dormiam”.

De acordo com o ministro palestino da Saúde, Mai Al Kaila, o número de mártires no bombardeio israelense à Escola Al Fakhoura chega a 200.

Fontes médicas palestinas e locais disseram à agência turca de notícias Anadolu que “os corpos dos mártires cobrem os corredores da escola”, observando a dificuldade de evacuar os feridos e mortos do prédio, no qual milhares de civis deslocados estavam abrigados.

Em um comunicado reproduzido pela Anadolu, o ministério das Relações Externas palestino disse: “Condenamos nos termos mais fortes os contínuos massacres em massa cometidos pelas forças de ocupação contra civis palestinos na Faixa de Gaza, o mais recente dos quais foi o hediondo massacre na Escola Al-Fakhoura, lotado de deslocados à força”.

“Consideramos esta uma nova evidência que prova que a guerra declarada de Israel contra civis palestinos visa esvaziar toda a área do norte da Faixa de Gaza de qualquer presença palestina.”

“Com este massacre, que teve como alvo uma escola da UNRWA [agência da ONU para os refugiados palestinos], a ocupação insulta a comunidade internacional e as Nações Unidas, e menospreza todas as demandas internacionais ineficazes que pedem a proteção dos civis.”

“IMAGENS HORRIPILANTES”

Também o diretor-geral da agência da ONU para os refugiados palestinos, órgão que administra a escola bombardeada, manifestou seu repúdio.

“Recebemos imagens e vídeos horripilantes de dezenas de pessoas mortas e feridas em outra escola da UNRWA, que abriga milhares de deslocados no norte da Faixa de Gaza. Esses ataques não podem se tornar comuns; devem cessar. Um cessar-fogo humanitário não pode esperar mais”, disse Philippe Lazzarini em uma mensagem no Twitter.

A escola já havia sido atingida no início deste mês e já havia sido alvo das forças israelenses em operações punitivas anteriores, em 2009 e 2014.

Outro ataque israelense a um prédio no campo de refugiados de Jabalia matou 32 pessoas da mesma família Abu Habal, disse a mesma autoridade à AFP. 19 dos quais eram crianças.

Em outras partes do norte de Gaza, pelo menos 63 palestinos morreram ao chegar ao Hospital Indonésio na madrugada deste sábado, disse uma fonte médica à Al Jazeera.

O ataque ao campo de Jabalia seguiu-se a uma série de ataques mortais realizados pelos ocupantes israelenses a norte do enclave, incluindo em Beit Lahia, Beit Hanoun e na Cidade de Gaza.

Ataques brutais também no sul do enclave palestino, para onde as bombas e mísseis israelenses forçaram quase um milhão de palestinos a fugir. Pelo menos 26 pessoas morreram em um ataque aéreo israelense a um bairro residencial em Khan Younis durante a madrugada deste sábado. Crianças estavam entre os mortos.

À tarde, os israelenses atacaram uma casa a oeste de Khan Younis, matando 15 pessoas, disseram autoridades de saúde do Hospital Nasser, em Gaza.

Em outras partes do sul, um ataque aéreo israelense a uma casa em Deir al-Balah matou seis palestinos, de acordo com autoridades de saúde.

O número de palestinos mortos na guerra de Israel em Gaza nas últimas seis semanas ultrapassou 12.000, a grande maioria crianças e mulheres.

Fonte: Papiro