Advogada Stella Morris, esposa do jornalista Assange, em ato por sua libertação | Foto: AFP

Dezesseis parlamentares democratas e republicanos do Congresso dos Estados Unidos pediram ao presidente Joe Biden que retire o pedido de extradição contra o jornalista Julian Assange, que desde abril de 2019 está detido na prisão de segurança máxima de Belmarsh em Londres.

O fundador do WikiLeaks está enfrentando um processo em Washington porque em 2010 publicou aproximadamente 250 mil arquivos, entre fotos, vídeos e documentos do Pentágono, que revelaram crimes de guerra cometidos por militares estadunidenses no Iraque e Afeganistão. A denúncia do jornalista apresentou documentos e provas da existência de campos de tortura nesses países e contra detentos da prisão de Guantánamo, base militar dos Estados Unidos em Cuba.

Na evidência clara dos crimes cometidos por Washington, o governo acusa o jornalista australiano por espionagem e pede 175 anos de prisão para Assange. Em dezembro de 2022, ele recorreu ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos para lutar contra a sua extradição.

A luta contra pela liberdade de Assange passou a integrar o desafio de manter a liberdade de imprensa, o acesso a documentos e a fontes. Essa luta mobilizou manifestantes por todo o planeta.

NÃO À CRIMINALIZAÇÃO DO JORNALISMO

“Os Estados Unidos não devem prosseguir com um processo desnecessário que corre o risco de criminalizar as práticas jornalísticas comuns e, assim, minar o trabalho da imprensa”, afirmaram os legisladores no documento, compartilhado pela esposa de Assange, Stella Assange.

“Insistimos a garantir que este caso seja encerrado da maneira mais oportuna possível”, exigem.

Os membros do Congresso acrescentaram que “é dever dos jornalistas procurar fontes, incluindo provas documentais, a fim de informar o público sobre as atividades do governo” e “profundas preocupações sobre este caso foram repetidamente expressas por meios de comunicação internacionais, defensores dos direitos humanos e da liberdade de imprensa”.

Os legisladores que assinaram o manifesto são os deputados democratas James McGovern, Rashida Tlaib, Ilhan Omar, Ayanna Pressley, Pramila Jayapal, Greg Casar, Cori Bush, Jamaal Bowman, Jesus Garcia e Alexandria Ocasio-Cortez, os deputados republicanos Thomas Massie, Eric Burlison, Paul Gosar, Marjorie Taylor Greene, Matthew Rosendale e o senador republicano Rand Paul.

Fonte: Papiro