Ataque à cultura desferido por Milei é rejeitado por músicos argentinos

A União dos Músicos Independentes (UMI), organização que congrega importantes artistas da Argentina, emitiu um comunicado ressaltando a importância de contar com um Estado presente, preservar a educação pública gratuita e promover o debate democrático, em resposta às propostas de supressão total da presença estatal no apoio ao desenvolvimento cultural como vem sendo dito pelo candidato fascista Javier Milei, do La Libertad Avanza, em sua tentativa de ocupar a Casa Rosada.

O documento assinado por Susana Rinaldi, León Gieco, Litto Nebbia, Teresa Parodi, Víctor Heredia, Pedro Aznar, Lito Vitale, Peteco Carabajal, Gustavo Santaolalla e muitos outros, partindo do conceito norteador “não é a mesma coisa”, defende a existência de “um Estado presente nas políticas públicas a favor da diversidade cultural”, em rechaço à possibilidade de que, a partir de 10 de dezembro, quando assumirá o novo governo eleito no dia 19 deste mês, se configure “um Estado ausente”.

“A dissidência e a defesa fervorosa das nossas ideias num quadro democrático não é o mesmo que a desqualificação e o insulto àqueles que pensam diferente”, acrescentou a entidade em outro parágrafo da proclamação.

NUNCA MAIS DISTORCER A HISTÓRIA

A UMI distinguiu “o direito à educação pública gratuita” da proposta de “dar vouchers, incentivando a lógica de mercado como política educacional”.

Os artistas, muitos deles referencia do que há de melhor na cultura nacional, sustentaram que “não é a mesma coisa ter claro que de 1976 a 1983 vivemos numa ditadura genocida com 30 mil compatriotas argentinos desaparecidos” do que “negar, relativizar e distorcer a nossa história”.

O documento conclui chamando a um “nunca mais” à “reivindicação de ditaduras, à mercantilização da educação, à desqualificação e ao insulto a quem pensa diferente e a uma cultura para poucos”.

Também assinaram o comunicado a Federação Argentina de Músicos Independentes (FAMI), a União Argentina de Técnicos de Palco (SATE), a Federação Argentina de Músicos (FAM), a Rede Multisonora (RMS) e vários grupos regionais e provinciais de músicos.

Fonte: Papiro