Lula salienta que ação de Israel está matando inocentes sem critério
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, nesta segunda-feira (13), a ação indiscriminada de Israel contra palestinos e o alto número de crianças mortas no conflito. Ele também celebrou o retorno dos brasileiros e familiares que estavam na Faixa de Gaza aguardando permissão para deixar o local há um mês e que finalmente chegam hoje ao Brasil após uma série de tratativas do governo.
“Depois do ato provocado, e eu digo ato de terrorismo do Hamas, as consequências, a ação do Estado de Israel são tão graves quanto foi a do Hamas porque eles (israelenses) estão matando inocentes sem nenhum critério. Jogar bomba onde tem crianças e hospital a pretexto de que um terrorista está lá, não tem explicação”, disse Lula. A declaração foi dada durante cerimônia de sanção da nova Lei de Cotas, em Brasília.
Ele enfatizou que “nunca houve notícia” de tantas crianças vítimas de guerra quanto no atual conflito. Segundo dados da agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), divulgados na semana passada, em média um menor de idade é morto e dois são feridos a cada 10 minutos em Gaza desde o início do conflito, totalizando mais de 4 mil menores mortos.
De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, há mais de 11 mil mortos e mais de 27 mil feridos na região. Nesse gravíssimo cenário, 198 médicos perderam a vida, 53 ambulâncias foram destruídas e 21 hospitais estão fora de serviço até o momento.
Brasileiros de volta
Ao abrir seu pronunciamento, o presidente fez uma menção especial aos brasileiros e familiares palestinos que estão vindo da Faixa de Gaza para o Brasil, após um mês de intenso trabalho do governo junto a Israel e ao Egito. O vôo trazendo essas 32 pessoas está previsto para chegar às 23h30 em Brasília. O presidente confirmou que irá recebê-los na Base Aérea.
“Hoje é um dia muito feliz para nós, brasileiros. Nós conseguimos resgatar as 32 pessoas que estavam na Faixa de Gaza. Estamos trazendo aqueles que foi possível liberar com muito sacrifício porque dependia da boa vontade de Israel, dependia da quantidade de pessoas que a gente não sabia. Todo dia a gente ligava de manhã e de tarde para ministro de Israel, do Egito, para o nosso embaixador e finalmente conseguimos”, salientou Lula.
Ele acrescentou que “agora, vamos ver se tem gente na Cisjordânia que queira vir” e completou: “Não vamos deixar nenhum brasileiro ou brasileira lá se quiser voltar”.
Por fim, Lula agradeceu ao trabalho do Itamaraty e do ministro Mauro Vieira, que teve, nas palavras do presidente, um “papel exuberante” nos 30 dias em que o país presidiu o Conselho de Segurança da ONU, além do trabalho da Aeronáutica.