Enquanto o mundo clama por cessar-fogo, Biden envia submarino nuclear para região | Foto: Al Jaseera

No que é considerado um “raro anúncio”, o Pentágono anunciou no domingo (5) a chegada de um submarino nuclear armado de mísseis de cruzeiro Tomahawk ao Oriente Médio, com a óbvia missão de prestar escolta ao genocídio que vem sendo perpetrado por Israel em Gaza, e que resultou até aqui em 10 mil palestinos mortos, quase a metade, crianças, além de 27 mil feridos.

Com o mesmo objetivo, escoltar a matança em curso para que siga imperturbada, o governo Biden já havia, anteriormente, enviado dois porta-aviões nucleares e respectivos grupos de navios de guerra.

A ação de Biden plagia o que os próprios israelenses fizeram em Sabra e Chatila, durante a invasão do Líbano na década de 1980, quando as tropas israelenses, com seu cerco aos dois campos de refugiados, prestaram escolta à barbárie cometida pelas falanges fascistas no local.

Conforme um relato da época: “A carnificina começou imediatamente. Continuaria até o meio-dia de sábado. A noite não trouxe nenhum descanso; o oficial de ligação falangista pediu iluminação, e os israelenses, diligentemente, atenderam o pedido, disparando foguetes de iluminação”, enquanto grupos de milicianos, com cerca de 150 homens cada um, iam chegando aos campos para prosseguir a execução do massacre”.

Cinicamente, o governo Biden diz que sua escolta ao genocídio é para evitar uma ampliação da guerra – ou seja, chantageia os países islâmicos com a devastação caso tentem deter a mão dos psicopatas em ação em Gaza.

Como observou a CNN, “os militares raramente anunciam os movimentos ou operações da sua frota de submarinos de mísseis balísticos e guiados. Em vez disso, as embarcações movidas a energia nuclear operam em sigilo quase total.”

No domingo, o identitário chefe do Pentágono, Lloyd Austin, disse que os EUA estavam empenhados em dissuadir “qualquer ator estatal ou não-estatal que procure escalar este conflito”. O Pentágono divulgou uma imagem do submarino supostamente cruzando o Canal do Suez.

Em suma, Biden cada vez disfarça menos sua condição de cúmplice de Netanyahu na carnificina.

O que vem sendo percebido por cada vez mais norte-americanos. Na manifestação de domingo passado diante da Casa Branca, os manifestantes gritavam: “Biden, Biden, you can’t hide! We charge you with genocide!” [Biden, Biden, você não tem como se esconder! Nós acusamos você de genocídio].

Também chamou a atenção na marcha a Washington um menino, com um cartaz: “matar crianças é autodefesa?”

Apesar de seu poder de destruição, os Tomahawks não são infalíveis, como pôde constatar Trump em 2018, quando bombardeou a Síria, que, no entanto, conseguiu abater boa parte dos mísseis de cruzeiro, usando sistemas antiaéreos russos não propriamente no estado da arte.

Fonte: Papiro