Crianças atravessam pátio de escola da ONU, agora lotado de entulho após bombardeio | Foto: Mohammed Abed/AFP

Em comunicado conjunto, representantes das principais agências da ONU, entre elas Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), PMA (Programa Mundial de Alimentos) e OMS (Organização Mundial da Saúde), manifestaram indignação pela morte de civis na Faixa de Gaza e apelaram por um “cessar-fogo humanitário imediato” no enfrentamento na região.

“Durante quase um mês, o mundo assistiu ao desenrolar da situação em Israel e no território palestino ocupado com choque e horror perante o número crescente de vidas perdidas e devastadas”, assinalam os líderes de 18 agências internacionais, em declaração divulgada no domingo (5), lamentando o número de mortos na guerra iniciada em 7 de outubro.

EM GAZA É NEGADO ACESSO AO ESSENCIAL

Em Gaza, “toda a população encontra-se sitiada e sob ataque, é negado o acesso ao essencial para a sobrevivência e é bombardeada nas suas casas, abrigos, hospitais e locais de culto”, constata a nota. “Isso é inaceitável”, acrescenta o texto.

Os chefes das agências da ONU pediram também ao Hamas que liberte os mais de 240 reféns levados para a Faixa de Gaza em 7 de outubro e apelaram a cada uma das partes para que respeitem o direito internacional.

“É necessário permitir a entrada de mais alimentos, água, medicamentos e combustível em Gaza para ajudar a população. Precisamos de um cessar-fogo humanitário imediato. Já se passaram 30 dias. Isso tem de acabar já”, conclui o texto.

Os 18 signatários incluem Volker Turk, o alto comissário da ONU para Direitos Humanos, o chefe da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, e o chefe da organização de socorro humanitário da ONU, Martin Griffiths.

MORTOS EM GAZA PASSAM DOS 10 MIL

O Ministério da Saúde da Palestina informou, na segunda-feira (6), que o número de palestinos mortos como resultado da agressão em curso na Faixa de Gaza e na Cisjordânia aumentou para 10.165, enquanto cerca de 27.000 ficaram feridos.

A Cisjordânia segue, longe do foco dos noticiários, uma perseguição surda todos os dias: o número de mortos subiu para 155 e de feridos para cerca de 2.250, desde o início do enfrentamento.

A Agência Palestina de Notícias e Informações, WAFA, divulgou uma mensagem em que o Ministério de Relações Exteriores lamenta as posições de alguns países que só falam do esforço para libertar os detidos israelenses em Gaza, ignorando a questão da libertação de 2,3 milhões de palestinos sequestrados pelo ocupante neste enclave costeiro.

Israel se vinga dos palestinos que lhe opõem resistência, através de bombardeios indiscriminados e devastadores que afetam todos os locais da Faixa de Gaza, sem exceção, criando um estado de pânico e medo sem precedentes, especialmente entre crianças, mulheres e idosos, afirmou o Ministério.

Fonte: Papiro