Painel de votação na ONU expõe o isolamento dos EUA por seu bloqueio a Cuba | Foto: Reprodução

A Assembleia Geral da ONU aprovou por 187 votos a dois uma resolução que pede o fim do embargo imposto há seis décadas pelos Estados Unidos contra Cuba.  Votaram contra, totalmente isolados, Estados Unidos e Israel. A Ucrânia se absteve, enquanto que Somália, Venezuela e Moldávia não estiveram presentes.

Desde 1992, Cuba apresenta anualmente resoluções na Assembleia Geral da ONU para pedir o fim do embargo imposto unilateralmente, em plena Guerra Fria, pelo presidente John F. Kennedy no esforço desumano de asfixiar a vida da ilha.

Nas trinta e uma vezes em que a questão foi apreciada o bloqueio foi contundentemente derrotado, no entanto, EUA insiste em desconhecer a decisão praticamente universal pelo fim do bloqueio imposto unilateralmente.

Na quinta-feira (2), a votação ocorreu logo depois que o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, tomou a palavra e denunciou que o embargo norte-americano impôs “as medidas coercivas unilaterais mais cruéis e duradouras que já foram aplicadas contra qualquer país” e que constitui “um crime de genocídio” e um “ato de guerra econômica em tempos de paz”, já que “viola o direito à vida, à saúde, à educação e ao bem-estar de todos os cubanos”.

“Não é legal nem ético que o governo de uma potência submeta uma pequena nação a décadas de guerra econômica implacável a fim de impor um sistema político estrangeiro e apropriar-se de seus recursos. É inaceitável privar um povo inteiro do direito à autodeterminação, ao desenvolvimento e ao progresso humano”, acrescentou.

Ao final de seu discurso, o diplomata cubano afirmou que “o bloqueio não é responsável por todos os problemas que nosso país enfrenta hoje, como já disse o presidente Miguel Díaz-Canel. Mas quem negar seus efeitos gravíssimos e não reconhecer que ele é a principal causa das privações, carências e sofrimentos das famílias cubanas estará sendo falso”.

Após o bloqueio econômico, financeiro e comercial dos Estados Unidos contra o país ter causado perdas de quase US$ 160 bilhões (R$ 787 bilhões) a Cuba em seis décadas e, em apenas um ano, entre 1º de março de 2022 e 28 de fevereiro de 2023, totalizam quatro bilhões 867 milhões de dólares, segundo o site cubano Prensa Latina.

Este número reflete o aumento dos ataques contra as exportações cubanas, principalmente no sector do turismo; a perseguição permanente às operações bancário-financeiras do país; os custos da realocação geográfica do comércio; os efeitos na produção e nos serviços à população; bem como os obstáculos ao acesso a tecnologias avançadas.

O vice-embaixador dos EUA, Paul Folmsbee, desconhecendo a opinião internacional, disse à assembleia após a votação que Washington mantém as suas sanções, que são “um conjunto de ferramentas no nosso esforço mais amplo em relação a Cuba para promover a democracia e promover o respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais”.

Foram registradas vaias na Assembleia quando o vice-embaixador concluiu esbravejando que a Assembleia Geral deveria instar o governo cubano “a aderir às suas obrigações em matéria de direitos humanos e a ouvir o povo cubano e as suas aspirações para determinar o seu próprio futuro”.

Fonte: Papiro