Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Lula aproveitou a solenidade da instalação da primeira reunião plenária do Conselho da Federação nesta quarta-feira (25) para mostrar sua indignação com a guerra.

“Eu tenho um telefonema com o emir do Catar para tentar ver se encontro alguém capaz de conversar para ver se a gente consegue liberar, primeiro, os brasileiros que estão retidos na Faixa de Gaza, há poucos quilômetros da fronteira com o Egito, que estão querendo voltar para o Brasil e que até agora não foi permitido a eles o direito de voltar”, afirmou.

“Segundo, dizer para vocês que é muito grave o que está acontecendo, nesse momento, no Oriente Médio. Ou seja, não se trata de ficar discutindo quem está certo e quem está errado. Quem deu o primeiro tiro e quem deu o segundo. O problema é o seguinte: não é uma guerra, é um genocídio que já matou quase 2 mil crianças que não têm nada a ver com essa guerra, que são vítimas dessa guerra e, sinceramente, eu não sei como é que um ser humano é capaz de guerrear sabendo que o resultado dessa guerra é a morte de criança inocente”, denunciou.

Ele tratou também de outros assuntos e resgatou o simbolismo do momento para a democracia brasileira. “Esse ato de hoje é uma foto muito relevante, porque é uma foto de consagração do exercício do processo democrático a que todos nós deveríamos estar submetidos e vamos nos submeter”, afirmou.

“Eu comecei a minha vida política no movimento sindical, em que eu passava o ano inteiro indo na porta da fábrica, tratando meu o patrão como inimigo, que eu xingava de tudo que eu podia xingar. Mas, quando chegava na data-base das negociações coletivas, eu era obrigado a sentar com ele numa mesa de negociação e o meu discurso do ‘tudo ou nada’ era obrigado a desaparecer e eu tinha que fazer o discurso da conquista daquilo que era possível conquistar”, acrescentou Lula.

“Assim, eu aprendi que fazer política é um processo sistemático da gente fazer concessão, da gente conquistar, da gente conversar. Nós temos um tipo de político no país que ele só sabe fazer política se ele tiver um inimigo. Nós temos um outro tipo de político no país que ele só sabe fazer política dizendo que ele é o melhor e que, além dele, ninguém presta nesse país. E as pessoas vivem à procura do inimigo, à procura de alguém para jogar a responsabilidade sobre alguma coisa que não deu certo. Porque tudo que dá certo é de todos”, prosseguiu.

Fonte: Página 8