Egípcios protestam em frende à entrada de Gaza | Foto: Omar Aziz/AP

Centenas de egípcios se manifestaram pela abertura da passagem de Rafah – bloqueada por Israel na fronteira da Faixa de Gaza com o Egito – para que as centenas de caminhões com víveres possam passar ao interior da Faixa que Israel cerca há dias privando a população palestina de 2,2 milhões de acesso a alimento, combustível e até água.

Os manifestantes integram equipes de voluntários egípcios dispostos a apoiar os palestinos em luta por sua sobrevivência.

A manifestação foi convocada pelas organizações de apoio humanitário “Fundação por Uma Vida Decente” e “Aliança Nacional pelo Desenvolvimento do Trabalho Civil” (NACDW) que também é um protesto contra o deslocamento forçado de palestinos o que faz parte do plano fascista de Israel de aprofundar a limpeza étnica em curso desde 1948.

O ministro do Exterior do Egito, Sameh Shoukry, declarou que os países árabes e islâmicos não têm muito que esperar das potências ocidentais e, portanto, “o momento exige de todos que se coloquem firmemente em apoio à Palestina”.

A manifestação ocorreu no dia 18, assim que o presidente egípcio, Abdel Fattah Al Sissi, chamou seus compatriotas a se manifestarem no momento em que recebeu a visita do chanceler alemão Olaf Scholz no Palácio Presidencial no Cairo.

El-Sissi reiterou a posição do Egito “inarredável em apoio à Solução dos Dois Estados e ao lado do direito do povo palestino a permanecer em sua pátria” e a rejeição ao deslocamento forçado em direção ao deserto egípcio do Sinai.

Os voluntários se disseram em apoio às afirmações do presidente e afirmam que permaneceram em protesto até a abertura da passagem de Rafah.

Manifesto lançado pela “Fundação por Uma Vida Decente”, conclama o povo egípcio a “não hesitar em apoiar a Causa Palestina com todas as formas de solidariedade”.

“A Causa Palestina está na linha de frente das prioridades da sociedade egípcia e da consciência árabe”, declara ainda o manifesto.

Os caminhões com 3.000 toneladas de alimentos que os voluntários ajudaram a preparar permanecem na entrada a Gaza, pois Israel insiste em bloqueá-la. O ministro do Exterior do Egito denuncia que a passagem de Rafah já foi bombardeada quatro vezes por Israel o que lhe causou muito dano, por isso, diz o ministro, ainda que aberta a passagem, precisará haver reparos para a passagem segura dos caminhões.

Como afirmou o presidente egípcio, “o bloqueio imposto à Faixa de Gaza, o impedimento à água, combustível e eletricidade e a barreira a toda ajuda que poderia chegar ao território são fatores que objetivam a transferência dos palestinos da Faixa de Gaza para o Egito, o que nós rejeitamos”.

Fonte: Papiro