Lavrov e Putin no encontro da Comunidade de Estados Independentes | Foto: Mkhail Klementyev/Kremlin

Depois dessa escalada da violência no Médio Oriente, esperamos que todos assumam a responsabilidade pela implementação das decisões do Conselho de Segurança sobre a criação de um Estado Palestino sob os princípios que a ONU aprovou”, afirmou na quinta-feira (12) o ministro das Relações Externas russo, Sergei Lavrov.

A declaração foi feita em Bishkek, Quirguistão, depois de se reunir com seus homólogos da Comunidade de Estados Independentes (CEI), uma organização regional composta por antigas partes da União Soviética.

“Todos nós tínhamos a mesma opinião… que este confronto deve ser interrompido imediatamente, que as partes devem respeitar o direito humanitário internacional, prevenir quaisquer ações terroristas e o uso indiscriminado da força”, disse Lavrov.

O chefe da diplomacia russa salientou que os civis de ambos os lados estavam sofrendo e que o fracasso na criação de um Estado palestino viável era a raiz das tensões contínuas na região.

“PALESTINA NO CORAÇÃO DE CADA MUÇULMANO”

Por sua vez, o presidente russo Vladimir Putin, ao receber em Moscou o primeiro-ministro iraquiano, Mohammed Shia al-Sudani, na terça-feira, reiterou que “a questão palestina está no coração de cada pessoa [no Oriente Médio] e de cada pessoa que pratica o Islã”. Como ele assinalou, um Estado palestino deveria ter sido criado ao lado do Estado de Israel em 1948, mas nunca o foi.

Putin atribuiu a culpa da atual escalada à “política de assentamentos” de Israel, que viu terras serem confiscadas aos palestinos na Cisjordânia e entregues a colonos israelenses.

O presidente russo acrescentou que Washington teve um papel chave nesse processo, ao essencialmente usar doações “em substituição a uma solução para os problemas reais do povo [palestino]”.

“Acredito que muitas pessoas concordariam comigo que este é um exemplo claro do fracasso da política dos Estados Unidos no Oriente Médio”, acrescentou Putin. Ele afirmou que Washington “tentou monopolizar o controle (do conflito), mas, infelizmente, não se preocupou em buscar acordos que fossem aceitáveis para ambos os lados” e não levou em consideração “os interesses fundamentais do povo palestino”.

Putin também apelou ao Hamas e às tropas israelenses para “deixarem mulheres e crianças em paz” e evitarem atingir civis nas suas operações. “A Rússia está bem ciente de que tanto Israel como a Palestina [sentem] uma amargura muito forte, mas deve-se esforçar-se para minimizar as baixas civis”, disse ele.

Fonte: Papiro