Foto: André Ribeiro/Agência Petrobrás

O presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, avalia que a liberação do licenciamento ambiental pelo Ibama para a exploração de petróleo em Potiguar é um ponto de partida em direção a Amapá Águas Profundas, outra bacia da Margem Equatorial Brasileira – um arco que se estende do litoral do Amapá até o Rio Grande do Norte, com grande potencial para exploração e produção de petróleo e gás.

A Petrobrás ainda espera a liberação do pedido de licenciamento ambiental para realizar a exploração de petróleo no Amapá Águas Profunda, também chamada por Foz do Amazonas, que foi negado em maio deste ano pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Em entrevista ao programa “Roda Viva” da TV Cultura, na noite da última segunda-feira (2), Jean Paul Prates disse que “o Ibama mudou, o governo mudou. Nós compreendemos e respeitamos sempre a posição do Ibama, da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, de reorganizar o Ibama e todas as pessoas que participavam desses licenciamentos, e fazer novas exigências”, afirmou.

No entanto, Paul Prates ressaltou que tem certeza de que a Petrobrás vai conseguir a licença com todos os requisitos atendidos.

“Isso foi licitado no leilão federal e a Agência Nacional do Petróleo nos fez assinar um contrato de concessão, que nele está escrito um compromisso de trabalho mínimo que envolve esses poços exploratórios; que são, pela primeira vez, poços que serão furados em área de águas profundas do Amapá, não próximo ali da praia, já tem uns 30 e tantos poços que foram furados no mangue ali, próximo da praia”, constatou o presidente da Petrobrás, destacando que a área operacional real está 180 km mar adentro e a 580 Km da Foz do Amazonas, é mar Azul, lá longe da costa, como é a bacia de Campos e Santos.

“Todo esse processo de cuidado e de simulação de operações, tudo isso vai dar certeza ao Ibama atual que a Petrobrás é a melhor, se não o único operador capaz de fazer a operação [na Margem Equatorial] com total segurança”, defendeu.

Paul Prates também alertou que a exploração de novas fronteiras é importante já que “a humanidade deve precisar de petróleo por uns bons 50, 60 anos à frente. Se nós não tivermos essas áreas novas, de nova fronteira para explorar, nós vamos ter que importar petróleo de novo e petróleo mais carbonizado do que o nosso. Então, as novas fronteiras são importantes”, disse.

A licença dada pelo Ibama para a perfuração de poços exploratório em águas profundas localizada na Bacia Potiguar, que também fica na Margem Equatorial brasileira – abrangendo porções marítimas entre os Estados do Rio do Grande do Norte e do Ceará – é um “belíssimo começo em direção ao Amapá Águas Profundas”, destacou Paul Prates.

“A bacia de potiguar já tem produção e esse poço é a sequência de um outro poço perfurado em 2015, que foi abandonado, meio que deixado para depois, e agora nós estamos voltando. Mas a relevância dessa licença é porque ela na verdade permite a Petrobrás mostrar o serviço dela atualizadamente”, disse o presidente da Petrobrás.

“O Ibama fez as novas exigências, é um processo que está em curso. Nós não consideramos absolutamente que esse processo terminou com uma negativa, tanto que há um recurso [da Petrobrás] que está esperando resposta. A outros recursos em licenças parecidas, por exemplo em Barreirinhas, que estamos esperando há dois anos a resposta. É normal na relação com o órgão ambiental, como não há um prazo e alguns advogam que não deve haver mesmo, o ambiente requer todo o tempo de análise que for necessário. Então, nós respeitamos”, disse.

“Entrementes, o próprio Ibama pegou as outras licenças, foi analisando e disse essa daqui dá para vocês fazerem a avaliação pré-operacional imediatamente”, disse Prates, que havia explicado que o ingresso dos pedidos de licenças começou em abril do ano passado, mas que o setor da Amapá Águas Profundas, recebeu uma prioridade pela Petrobrás por ser mais próximo da Guiana, que já explora petróleo no seu lado da Margem Equatorial.

Para Potiguar, fizemos avaliação pré-operacional “há três semanas e foi um sucesso”, disse Paul Prates, destacando que “foram muitos recursos empregados, mais de mil pessoas envolvidas nas praias do Ceará e Rio Grande do Norte. Na verdade, uma simulação de um grande vazamento, como se estivesse chegando o vazamento próximo da praia e isso foi muito bem-sucedido e prosseguiu com o processo de licenciamento”, destacou.

“Eu acho que isso é um belíssimo começo em direção ao Amapá. Porque, de todas as exigências que já foram feitas no Amapá, com centro de despetrolização de aves, duas aeronaves, oito barcos. Uma estrutura equivalente da Bacia de Campos hoje para fazer um poço, sendo que a Petrobrás tem um histórico de perfuração de poço que não aponta nenhum incidente de vazamento em mais de 3.000 perfurações, em águas profundas inclusive. Então, assim, eu acho que está bem tratado esse processo e essa licença vai ocorrer ao longo desse aprendizado, que o novo Ibama tem o direito de ter”, conclui Prates.

Fonte: Página 8