Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) defendeu a importância do fortalecimento dos sindicatos e dos seus meios de custeio, em debate sobre o papel das entidades sindicais para o equilíbrio nas negociações entre trabalhadores e patrões na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara, na quarta-feira (4).

O debate na Câmara dos Deputados se dá no momento em que importantes questões relativas aos sindicatos estão sendo discutidas entre as entidades e os diversos poderes, no sentido de amenizar os ataques sofridos pelas representações dos trabalhadores nos últimos governos Temer e Bolsonaro.

De acordo com Orlando Silva, os sindicatos são de extrema importância “para combater as assimetrias nas relações de trabalho e para a existência da própria democracia”. “É preciso criar alternativas para o financiamento das entidades sindicais para que possam defender os direitos dos trabalhadores”, defendeu.

Ironizando, o deputado disse ficar até “comovido”, quando ouve a palavra “parceria” para designar as negociações entre patrões e empregados como se fossem relações equilibradas. “No mundo inteiro se sabe da assimetria nas relações de trabalho, e o sindicato serve para isso, para incomodar o patrão, para defender o direito do trabalhador, para impedir que os trabalhadores sejam espoliados, essa é que é a realidade”, disse.

De acordo com o parlamentar, “não há democracia sem sindicato forte e nenhum país pode ser taxado de democrático se não tem sindicato funcionando”. “E como funciona a instituição se não tem financiamento?”, questiona.

“Quando essa casa votou o fim do imposto sindical não foi para libertar o trabalhador, foi para atacar os sindicatos”, disse, referindo-se à Reforma Trabalhista do governo Temer, aprovada no Congresso Nacional. 

“O pano de fundo mesmo é impedir o funcionamento dos sindicatos, impedir que os trabalhadores se organizem e lutem”, afirmou, defendendo o grupo de trabalho criado pelo presidente Lula, que reúne dirigentes sindicais, empresariais e governo para mudanças na Reforma Trabalhista. “Acerta o governo quando pauta debater alternativas para o sindicalismo no Brasil, para seu financiamento, para o seu fortalecimento”, concluiu. 

Fonte: Página 8