Wang Wenbin, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China | Foto: Reprodução/YouTube

Diante dos “conflitos ferozes entre Israel e os grupos armados palestinos na Faixa de Gaza”, a China exortou no domingo (8) ao “fim imediato às hostilidades para proteger os civis e evitar maior deterioração da situação”.  

“A recorrência do conflito mostra mais uma vez que a paralisação prolongada do processo de paz não pode durar”, advertiu Wang Wenbin, porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China.

A saída fundamental do conflito – reiterou – reside “na implementação da solução de dois Estados e no estabelecimento de um Estado independente da Palestina”.

A China chamou a comunidade internacional a agir com a maior urgência pela “rápida retomada das conversações de paz entre a Palestina e Israel” que alcance “uma paz duradoura” e declarou que continuará trabalhando incansavelmente para esse fim.

O ataque do Hamas – acrescentou o porta-voz – é um ‘lembrete severo’ de que “a ‘onda de reconciliação’ no Oriente Médio não durará com o conflito Palestina-Israel sem solução”.

O “lembrete” se refere à atual ação do governo Biden para pressionar a Arábia Saudita para reconhecer Israel à revelia dos ‘Dois Estados’, desdobrando a política dos “Acordos de Abraão”, desencadeada pelo governo Trump, para facilitar a Israel a imposição de um bantustão no lugar da Palestina independente, através da chantagem e suborno sobre governos árabes. Ou seja, a perpetuação do apartheid sobre os palestinos.

RIAD PEDE “FIM DA ESCALADA”

Por sua vez o Ministério de Relações Exteriores da Arábia Saudita pediu a interrupção da escalada entre o grupo Hamas e as forças de ocupação israelense, conclamando à proteção dos civis e à moderação.

Riad convocou a comunidade internacional a “assumir suas responsabilidades”, reiterando alertas anteriores sobre os “perigos de uma explosão da situação” devido “à contínua ocupação e privação dos direitos legítimos do povo palestino”, bem como às “provocações sistemáticas contra seus santuários”,

A Arábia Saudita exortou à ativação de um “processo de paz crível que leve a uma solução de dois estados – ou seja, reconhecendo a legitimidade do Estado Palestino -, visando a segurança e a paz na região, bem como a proteção dos civis”.

Neste domingo (8), o atual conflito entrou no segundo dia. O último balanço das autoridades indica que ao menos 920 pessoas morreram, sendo 600 em Israel, 313 na Faixa de Gaza e 7 na Cisjordânia. São milhares os feridos. Por iniciativa do Brasil, o Conselho de Segurança da ONU se reúne para deter a escalada. A convite do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, chegou a Moscou para conversações.

Fonte: Papiro