Vídeo de celular mostra policiais algemando o jovem para depois socar e dar joelhadas no seu rosto | Foto: Youtube

Policiais norte-americanos detiveram um jovem negro com uma arma de eletrochoque na cidade de Jacksonville (Flórida), sob a acusação de que não estava utilizando o cinto de segurança, e o espancou, pelo menos 17 vezes, na última sexta-feira (29).

A detenção de Le’Keian Woods ganhou repercussão esta semana após um espectador ter divulgado o vídeo do seu celular com a dimensão da brutalidade e da covardia da cena: os policiais jogaram o jovem ao chão e o algemaram, para depois socar, cotovelar e joelhar o rosto e a cabeça do jovem imobilizado.

A divulgação dos horrores ganhou proporção viral, gerando indignação na comunidade e traz à tona mais informações sobre a corriqueira brutalidade exercida pela força policial, e apontada como proporcional à sua impunidade.

Apesar de ter sido levado a um hospital com a concussão, olhos fechados e inchados, cortes e hematomas no rosto e nos lábios, o jovem foi acusado pelo gabinete do xerife de ele mesmo ter sido responsável. No novo relato, foi Woods quem teria feito com que sua cabeça batesse no chão após os policiais o terem “visto realizando uma transação de drogas”.

Desta vez o detido foi acusado de resistência à detenção com violência, além de tráfico de cocaína, anfetaminas, posse de substância controlada sem receita médica e adulteração de provas.

O advogado de direitos civis do jovem, Harry Daniels, reiterou que seu cliente foi espancado por vários policiais quando detido por não usar cinto de segurança. Diante da manipulação de evidências, o advogado está pedindo uma investigação federal do caso e acusou o xerife TK Water de encobrimento de provas.

Fotos tiradas após a prisão de Woods o estampam com os dois olhos fechados e inchados, além de vários hematomas e cortes no rosto.

“Houve uso excessivo de força policial para prender”, declarou Waters.

“É lamentável que o xerife acredite que o espancamento de um homem desarmado seja justificado”, disse Harry Daniels. “É óbvio que ele é cúmplice e um facilitador de clara má conduta por parte de seus policiais. Não é surpreendente que (o gabinete do xerife) não tenha encontrado nenhuma má conduta porque são eles próprios quem investigam”, acrescentou o advogado.

Fonte: Papiro