Foto: Sintect/SP

Em assembleia nesta quinta-feira (21), os trabalhadores dos Correios de São Paulo aprovaram a proposta apresentada pela empresa para o fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho.

A assembleia, liderada pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo, Região Metropolitana de São Paulo (Sintect-SP) e pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), foi a última das 31 assembleias regionais da categoria ocorridas em todo o país, que em sua maioria definiram por aceitar a contraproposta feita pela direção dos Correios.

Segundo a Federação, a luta da categoria é recuperar, na atual campanha salarial, importantes cláusulas e direitos perdidos nos últimos quatro anos sob a gestão Bolsonaro. Segundo as entidades sindicais, nesse período, as perdas salariais da categoria chegaram a 40%. “As negociações foram intensas e ocorreram de forma muito diferente dos anos anteriores, em que o governo e a direção da empresa nem dialogavam com os trabalhadores”, afirmou o presidente do Sintect-SP, Elias Diviza. 

Em São Paulo, os trabalhadores decidiram, no entanto, permanecer em estado de greve para garantir o cumprimento do compromisso assumido pelo presidente da empresa, em reunião com o Sinditec, de efetuar mudanças no compartilhamento do plano de saúde. “Se não cumprir vai ter luta!”, afirma o sindicato.

A proposta aprovada inclui aumento real linear de R$ 250 a partir de janeiro nos salários para quem ganha até 7 mil reais, e 3,53% para quem recebe acima de 7 mil (Confira os principais pontos do acordo no final da matéria).

Além da pauta econômica, a categoria luta por pautas essenciais, como mudanças no plano de saúde, melhores condições de trabalho, contratação de novos servidores e o fim da distribuição alternada de correspondência, o que, segundo os trabalhadores, afeta diretamente a qualidade dos serviços dos Correios.

Em relação ao plano de saúde, o sindicato informou que, na reunião de segunda-feira (18) com as entidades, o presidente da ECT assumiu o compromisso em ATA de implantar até janeiro as mudanças na coparticipação, reduzindo de 30% para 15%, o que representa 50% a menos do que é cobrado atualmente.

Apesar do acordo, a federação e os sindicatos regionais também ressaltam que “se houver algum descumprimento mobilizarão a categoria para a luta e, se preciso, será organizada e decretada uma greve por tempo indeterminado já em janeiro”.

Em São Paulo, a assembleia também aprovou apoio à luta dos trabalhadores da Sabesp, do Metrô e da CPTM contra “o ataque privatista do governador bolsonarista de São Paulo, Tarcísio de Freitas”.

A seguir, os principais itens do acordo aprovado pelos trabalhadores: 

– Ticket PERU, pago 5 dias após a assinatura do acordo coletivo, no valor em pecúnia de 1000 reais.

– Reajuste de 3,53% aplicado nos tickets e em todos os benefícios, correspondendo à reposição da inflação do período e retroativo a 1º de agosto.

– Em 2 de janeiro, todos os trabalhadores receberão o valor de 1500 reais referente ao retroativo dos meses de agosto a dezembro, além do correspondente a parcela do 13º salário.

– Aumento real linear de R$ 250 a partir de janeiro nos salários para quem ganha até 7 mil reais, e 3,53% para quem recebe acima de 7 mil.

– Esse aumento será pago mensalmente a partir de janeiro de 2024, representando um reajuste acima da inflação para a maioria dos trabalhadores.

– Além dos R$ 1500, o trabalhador receberá em janeiro os R$ 250, que serão pagos em uma rubrica específica no holerite, com reflexos nas rubricas salariais que compõem o salário, tais como 13° terceiro, férias, adicionais, periculosidade, IGQP, dentre outros. Trazendo ganhos significativos aos trabalhadores.

– Retorno de cláusulas importantes: pagamento dos 200% no repouso trabalhado e parcelamento do adiantamento das férias.

– Pagamento do ticket nos primeiros 90 dias de afastamento pelo INSS.

Fonte: Página 8