“Sabemos quem é pessoal da NSA envolvido nos ataques à Universidade Politécnica (NPU), diz fonte chinesa | Foto: AFP

A China comunicou nesta sexta-feira (15) ter descoberto os hackers da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos que vinham tentando, desde junho do ano passado, roubar dados relevantes da Universidade Politécnica do Noroeste (NPU), um dos seus importantes centros de aeronáutica, aeronavegabilidade e astronáutica – ramo da ciência e da técnica que se ocupa com máquinas projetadas para operarem fora da atmosfera terrestre, sejam elas tripuladas ou não. Os nomes serão revelados oportunamente.

A informação foi prestada pelo Centro Nacional de Resposta a Emergências contra Vírus de Computador e pela empresa chinesa de segurança na Internet 360, que comunicou os ataques cibernéticos da maior das “agências” entre as 17 sustentam a espionagem do governo norte-americano. Os últimos dados divulgados pelo governo dos EUA apontam que, com sede em Fort Meade, Maryland, a NSA emprega oficialmente 21 mil “trabalhadores”.

Conforme a China, o “cérebro” por detrás deste ataque cibernético à Universidade na capital histórica de Xi’an foi o Tailored Access Operations Office (TAO, Código S32) do Gabinete de Reconhecimento de Dados (Código S3) do Departamento de Informação (Código S) da NSA.

Os programas de vigilância que vieram à tona a partir dos documentos divulgados por Edward Snowden, técnico em redes de computação que trabalhou na NSA entre cerca de 54 mil funcionários de empresas privadas subcontratadas, comprovam a existência de programas visando a captação de dados, e-mails, ligações telefônicas e qualquer tipo de comunicação entre cidadãos a nível mundial.

“CORRETORES DAS SOMBRAS”

Segundo apurado, o grupo de hackers “Shadow Brokers” (“Corretores das Sombras”), utiliza o SecondDate (Segunda data) como arma cibernética da NSA para monitorar o tráfego cibernético, redirecionando, interceptando e manipulando seletivamente sessões de rede específicas.

As informações mais recentes mostram que durante a investigação de um caso de ataque cibernético, foram extraídas com sucesso múltiplas amostras de spyware – um software malicioso projetado para espionar sua atividade na Web e coletar seus dados pessoais, sem o seu conhecimento ou consentimento – e identificaram a verdadeira identidade dos espiões.

A análise técnica revelou que a ferramenta de “espionagem cibernética” envolvida é altamente avançada e permite ao invasor assumir o controle dos dispositivos de rede alvo e do tráfego de rede que passa por eles. Isso permite que roubos de longo prazo, transformem a rede em “base avançada” para empregar mais armas de ataque cibernético a qualquer momento. A comunicação é sempre criptografada.

Inúmeras fontes assinalaram que a China e seus parceiros realizaram investigações técnicas na varredura em todo o mundo, com milhares de dispositivos de rede espalhados por vários países e regiões. Esse trabalho minucioso encontrou servidores controlados remotamente pela NSA em vários países como Alemanha, Japão, Coreia do Sul e Índia, além da região chinesa de Taiwan.

“Com a forte colaboração de parceiros em vários países, fizemos progressos significativos e identificamos com sucesso a verdadeira identidade do pessoal da NSA responsável pelo lançamento de ataques cibernéticos contra a NPU”, esclareceu a fonte.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, destacou que a cibersegurança é um problema global que requer uma resposta conjunta. “A China é um forte apoiador da segurança cibernética. Lançamos a Iniciativa Global sobre Segurança de Dados, contribuindo com ideias para a governança digital. Estamos prontos para continuar a trabalhar com a comunidade internacional a fim de promover um espaço cibernético caracterizado pela paz, segurança, abertura, cooperação e ordem”, acrescentou.

A prática de revelar ao mundo os detalhes dos crimes cibernéticos lançados pelo governo dos Estados Unidos, assinalaram os chineses, também demonstra o compromisso do país com uma tecnologia “visível”, que pode ajudar ao conjunto das nações a perceber riscos, identificar ameaças e resistir a ataques, expondo ao público os ataques de hackers patrocinados por interesses espúrios.

“O governo chinês atribui grande importância à segurança cibernética e à segurança dos dados. Uma série de leis e regulamentos foram implementados para fortalecer a proteção das informações pessoais. Estamos agora na Semana da Cibersegurança da China 2023. Esta semana demonstra a ênfase creditada ao fortalecimento da segurança cibernética e à melhoria da consciência pública sobre esta questão”, concluiu Mao.

Fonte: Papiro