Participando do US Open, Alexander Zverev parou a partida e cobrou medidas do juiz | Foto: AFP

Desde a arquibancada do US Open na noite de segunda-feira (4), em Nova Iorque, um expectador entoava o lema hitlerista “Deutschland Über Alles” (Alemanha acima de tudo), quando foi obrigado a se retirar depois que o tenista alemão Alexander Zverev parou a partida para denunciar ao juiz que alguém nas arquibancadas exaltava o nazismo.

Aliás, Bolsonaro plagiou a mesma famigerada consigna para ressaltar sua afinidade ao nazismo: “Brasil acima de tudo”.

“Mas o que é isto? Esta era uma das frases mais famosas do Hitler… Isto é inaceitável, isto é inacreditável”, afirmou Zverev, cobrando medidas do árbitro James Keothavong. E o juiz reagiu de imediato, virando para trás, pedindo respeito aos jogadores e questionando, em alto e bom som, quem havia sido o responsável pela agressão.

O covarde não se apresentou, mas rapidamente foi identificado pelos torcedores que estavam ao seu redor, numa das primeiras fileiras com um boné azul. Denunciado aos seguranças, foi retirado do recinto no quarto set de Zverev contra o tenista italiano Jannik Sinner, na quadra central de Flushing Meadows.

“Adoro quando os torcedores gritam, adoro quando os torcedores se emocionam, mas acho que, sendo alemão e não estando realmente orgulhoso dessa história, não é realmente uma coisa boa para fazer”, declarou Zverev. O atleta de 26 anos disse que a responsabilidade de reagir frente à barbárie é coletiva. “Se eu não reagir, acho que é ruim da minha parte”, acrescentou.

Vice-campeão do Grand Slam de Nova York em 2020, o tenista alemão fechou o jogo em 3 sets a 2, com parciais de 6-4, 3-6, 6-2, 4-6 e 6-3, em uma longa batalha de quatro horas e 40 minutos na quadra central de Flushing Meadows. “Meu jogo mais longo aqui. Acho que posso dizer que estou de volta”, comemorou Zverev, que sofreu uma grave lesão no tornozelo no ano passado em Roland Garros.

Fonte: Papiro