Protestos contra o envio de armas ao regime de Kiev ocorreram também em Bremen | Foto extraída de vídeo

Dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas das principais cidades da Alemanha contra o crescente fornecimento de armas à Ucrânia. Dando continuidade aos protestos que se multiplicam ao longo do país, manifestantes levantaram faixas alertando para as implicações do envio de recursos a Kiev no agravamento da crise militar e o consequente derramamento de sangue.

Os ativistas lembraram que em meados de maio, Berlim anunciou um pacote de ajuda militar ao governo neonazista de Volodymyr Zelenskyy no valor de 2,7 bilhões de euros (2,9 bilhões de dólares), o maior repassado desde o início da operação militar especial russa, em fevereiro de 2022. Agradecendo a injeção descomunal de recursos para a frente de batalha, em visita a Berlim, o presidente da Ucrânia classificou a Alemanha como um “verdadeiro amigo e aliado fiável” na guerra contra a Rússia.

Assinalando a discrepância entre o discurso e a prática governamental, um dos cartazes citava o ex-chanceler Willy Brandt recordando que “A paz não é tudo, mas que sem a paz tudo é nada”.

“Com os tanques e o fornecimento de armas para Kiev, a Alemanha está agora envolvida neste conflito”, protestou Jurgen Rose, ex-tenente-coronel das Forças Armadas Alemãs, denunciando que “sem a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não haveria combates na Ucrânia e sem a expansão da Otan para o leste, também não haveria soldados russos na Ucrânia”. “A principal responsabilidade pela crise ucraniana não cabe à Rússia, mas sim à Otan”, sublinhou.

Ativistas congregados pelo Fórum de Nuremberg para a Paz marcharam pelo centro da cidade para rejeitar a entregas de armas ao governo ucraniano e ergueram faixas “Pela paz e pela democracia” e ressaltando: “Não morreremos pelas suas guerras!”

“Hoje falei sobre como a política do lucro está intimamente relacionada com o poder político equivocado. Especialmente na Alemanha, temos um passado marcado por guerras. Isto não deve se repetir. É por isso que hoje lembrei aos políticos que têm de pensar muito cuidadosamente sobre as decisões que tomam”, declarou Román Fabián, porta-voz do partido de esquerda Die Linke, participando no comício de Bremen.

Recentemente, o ministro das Finanças alemão, Christian Lidner, reconheceu que por causa dos “gastos não planejados” na Ucrânia, o país está ficando sem dinheiro para repassar à União Europeia (UE). Conforme Lindner, bilhões de euros em apoio militar, econômico e financeiro direto para Kiev e mais bilhões fornecidos através de instituições da UE atingiram o orçamento alemão e o país atravessa uma recessão com sua indústria estagnada.

Fonte: Papiro