Luisa González, candidata do movimento Revolução Cidadã venceu o 1º turno | Foto: Los panas de Luisa&Andrés

A candidata oposicionista à presidência do Equador, Luisa González, denunciou nesta sexta-feira (2) ter sido ameaçada de morte e que, pelo clima reinante no país, aceitou receber segurança das Forças Armadas até o segundo turno das eleições, no dia 15 de outubro.

“Hoje recebi ameaças contra a minha vida por ser a candidata com maior probabilidade de ganhar a presidência”, declarou a representante do movimento Revolução Cidadã, do ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), atualmente exilado político na Bélgica.

De acordo com González, “o Ministério Público está investigando uma pessoa, de sobrenome Mansilla, que teria afirmado possuir bombas para atentar contra a minha vida”. “Diante disso, tenho que dar uma triste notícia: estou usando colete à prova de balas”, assinalou a candidata, ressaltando que os equatorianos voltarão às urnas para “defender a democracia e fazer com que a segurança seja para todos”.

Vitoriosa nas urnas em 20 de agosto, Luisa, obteve 33,61% do eleitorado contra 23,47% do direitista Daniel Noboa, filho do bilionário Álvaro, alcançando mais de 10% de diferença, mas não os 40% de votos necessários para definir a disputa já no primeiro turno.

Única mulher na cédula à presidência, despontava em todas as pesquisas por seu amplo favoritismo, até que o assassinato, com três tiros na cabeça, do candidato Fernando Villavicencio, no dia 10 de agosto, alterou bruscamente o quadro.

Com grande parte da mídia identificando nos “correístas” os “inimigos de morte de Villavicencio”, a até então obscura candidatura – que oscilava na lanterna – ganhou projeção, retirando votos de Luisa. Assim, com Villavicencio substituído na cédula pelo também jornalista Christian Zurita, que com ele havia feito uma série de reportagens sobre “casos de corrupção” de Correa, cravou 16,37% dos votos, chegando em terceiro lugar.

Na avaliação de Fidel Narvaez, ex-cônsul equatoriano em Londres, Villavicencio foi “o candidato mais anti-Correa”, sendo martirizado em um cenário de “consternação, indignação e medo” para viabilizar a realização do segundo turno.

“O assassinato de um candidato presidencial é a prova de que o Equador atinge o nível máximo de insegurança, agora refletido na violência política. Depois de ser o 2º país mais seguro da América Latina sob o governo de Rafael Correa, em apenas seis anos de governos neoliberais somos agora o 2º mais perigoso da região. A criminalidade quintuplicou devido à destruição de instituições e à falta de investimento social”, sublinhou o diplomata.

Fonte: Papiro