A decolagem do foguete com a sonda ocorreu no centro de Sriharikota | Foto: ISRO

Após o recente sucesso do pouso no polo sul da Lua, a Índia lançou neste sábado (2) sua primeira missão espacial para estudar o Sol.

Segundo a Agência Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO) a decolagem da sonda Aditya-L1 (Sol, em sânscrito) ocorreu às 11h50 do centro de Sriharikota, no estado de Andhra Pradesh. O lançamento foi transmitido ao vivo pela Agência em seu site.

O chefe da ISRO, Sreedhara Panicker Somanath, indicou desde o centro de controle espacial que a sonda orbitará a Terra durante 16 dias, para ganhar velocidade gradativamente, antes de seguir em direção ao seu destino final.

O programa prevê colocar um observatório espacial solar em órbita na região do ponto de Lagrange (ou ponto L1) ), local entre o Sol e a Terra a uma distância de cerca de 1,5 milhão de quilômetros do nosso planeta. A área é uma espécie de ‘estacionamento’ no espaço onde os objetos tendem a permanecer imóveis devido ao equilíbrio das forças gravitacionais, o que reduz o consumo de combustível das naves. Esses pontos são muito úteis para colocar telescópios ou satélites, pois poucas correções são necessárias para manter a órbita desejada. A nave levará 125 dias para chegar lá.

A missão “proporcionará uma maior vantagem para observar em tempo real as atividades solares e o seu efeito na meteorologia espacial”, detalha a ISRO.

IMPACTO CIENTÍFICO

Espera-se que a sonda forneça informações para compreender o problema do aquecimento da coroa solar, ejeção de massa, atividades pré-erupção e características deste fenômeno, dinâmica do clima espacial, propagação de partículas e campos, etc.

Neste contexto, o astrofísico Somak Raychaudhury, que participou no desenvolvimento de alguns componentes do observatório, disse, citado pela Reuters, que a missão tem capacidade para gerar “um grande impacto em termos científicos” e descreveu o projeto como “muito importante”.

“A órbita baixa da Terra foi fortemente contaminada devido ao envolvimento privado muitas vezes sem controle, portanto, compreender como proteger os satélites será especialmente importante no ambiente espacial atual”, disse Rama Rao Nidamanuri, chefe do Departamento de Ciências da Terra e do Espaço do Instituto Indiano de Ciência e Tecnologia Espacial.

A Índia fez seu primeiro pouso lunar no Pólo Sul da Lua em 3 de agosto último. A missão lunar Chandrayaan-3, consiste em um módulo de pouso e um rover. O módulo tem aproximadamente 2 metros de altura e pesa cerca de 1.700 quilos. Espera-se que o Chandrayaan-3 realize uma série de experimentos científicos destinados a estudar a composição mineral do solo lunar.

Fonte: Papiro