Maquete de planta da Indústria Boliviana Química, uma das 130 fábricas projetadas | Foto: Divulgação

O governo da Bolívia aprovou construir até 2025 130 novas fábricas industriais de alimentos e produtos de origem vegetal, com um investimento de 3,6 bilhões de dólares, como parte da sua política de substituição de importações e para fortalecer a soberania alimentar.

“Somos o governo da industrialização, trabalhamos incansavelmente para lançar as bases de uma economia diversificada, e substituir as importações pelo desenvolvimento da indústria com valor agregado em vários setores de nossa economia. Não podemos ficar só na retirada dos enormes recursos naturais que temos”, afirmou o presidente Luis Arce.

Com um orçamento anual de 2,6 bilhões de pesos bolivianos (cerca de 375 milhões de dólares), o Ministério do Desenvolvimento Rural e Terras é um dos pilares do plano empreendido pelo governo.

O ministro desta pasta, Remmy Gonzales, explicou em coletiva de imprensa, na quinta-feira (31), como o Governo, em coordenação com os produtores agrícolas e as famílias camponesas, contribui para industrializar a Bolívia.

“A industrialização é uma fase acima da produção de matéria-primas. Mais de 90 das mais de 130 fábricas que estão sendo construídas são do nosso setor”, informou o ministro, prevendo que serão acabadas até o fim da gestão do atual governo, em 2025.

Gonzales assinalou que a partir de sua área poderão abastecer a grande maioria destas fábricas com “matérias-primas para a agricultura, pecuária e indústria. Promovemos também a formação em produtividade com todos os setores envolvidos”.  “Dentro de mais alguns meses estaremos falando de 140 plantas industriais. Sempre avançando”, disse.

USINAS DE BIODIESEL

“Vamos fornecer matéria-prima para a extração de óleo para as usinas de biodiesel que estamos levantando. Atuamos em todo o norte da Bolívia e no trópico de Cochabamba para a produção de óleo de palma”, indicou.

Atualmente, o Governo está construindo uma fábrica de biodiesel no departamento de Santa Cruz (leste) que “vai necessitar de 350 mil litros de óleo para suprir 40% da demanda do nosso país”, explicou.

“Apoiamos com matéria-prima a industrialização com valor agregado, tanto para alimentação como para o setor energético”, resumiu.

O biodiesel é um combustível que utiliza principalmente óleos vegetais como matéria-prima para sua fabricação.

A execução dessas obras ficará a cargo da estatal Jazidas Petrolíferas Fiscais Bolivianas (YPFB), que administra os poços de gás e petróleo do país, bem como a importação e comercialização de combustíveis.

MAIS RECURSOS PARA O POVO

O plano de industrialização de Arce se baseia no fato de que “decidimos não ser mais apenas um país onde se extraem nossas matérias-primas, ainda em detrimento do povo boliviano, como faziam antes”, sublinhou.

Por isso, “decidimos agregar valor às nossas matérias-primas e gerar mais renda para o povo boliviano”.

Segundo o ministro, o plano produtivo contempla o abastecimento interno e externo de alimentos. “Temos condições de superproduzir e também abastecer outros mercados dos países vizinhos”, disse.

Fonte: Papiro