Para ministro Lupi, juro do consignado “continua muito grave”
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, disse em entrevista à imprensa que, com a sinalização de queda dos juros, iniciada na última reunião do Copom, com a redução da taxa Selic em 0,5%, pretende pedir novamente que o governo reduza o teto dos juros do crédito consignado para beneficiários do Instituto nacional do Seguro Social (INSS).
“Essa questão das taxas de juros será discutida dentro do Conselho, proximamente. Vamos aguardar um pouco o comportamento do mercado. Mas fico feliz de, finalmente, ver o Banco Central diminuir os juros e mostrar que deverá dar uma sequência nas diminuições da taxa. Acho que essa questão do consignado continua muito grave”, afirmou o ministro ao jornal O Globo.
“Precisamos reduzir essas taxas. Nossa meta é baixar o teto, porque ali é criado um paradigma para outros setores”, continuou o ministro.
Ao Valor, o ministro voltou a defender a redução do teto dos juros do consignado. “Minha proposta era 1,7%, fui chamado de ignorante, surreal, despreparado, que não sabia nada, hoje já está sendo cobrado por alguns bancos esse valor”, afirmou o ministro, referindo-se à sua tentativa de reduzir os juros. A proposta desagradou aos bancos, que se recusaram a baixar os juros do consignado, chegando a suspender a modalidade de empréstimo. Ao final, o governo teve que chegar a um meio termo e acatou a proposta feita pelo presidente Lula, de 1,97% o teto de juros para a concessão de empréstimos consignados a aposentados e pensionistas do INSS.
Após o anúncio do Copom, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil anunciaram a redução nos juros do crédito consignado para beneficiários e pensionistas INSS. Em comunicado, as duas instituições afirmaram que iriam reduzir os próprios juros em linhas de crédito acompanhando o corte na Selic.
Na Caixa, a taxa passa de 1,74% para a partir de 1,70% ao mês, a partir desta quinta-feira (3). No Banco do Brasil, a taxa do consignado passa de 1,81% para 1,77% ao mês, na faixa mínima, e de 1,95% para 1,89% ao mês, no patamar máximo.
Fonte: Página 8
