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Nos últimos dias 19 e 20, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação e Afins (CNTA Afins) realizou seu VIII Congresso, reunindo, em São Paulo, 156 delegados e 56 entidades filiadas. 

De acordo com o presidente reeleito, Artur Bueno de Camargo, a saúde e segurança dos trabalhadores é assunto central na pauta da entidade. Oriundo do trabalho em frigoríficos, Artur explica que os trabalhadores deste ramo ficam expostos a jornadas extenuantes em ambientes com temperaturas entre 10 e 12 graus, por exemplo. “São atividades insalubres, penosas, e nós temos investido muito na busca de saúde e segurança desses trabalhadores e isso foi reconhecido durante os nossos debates. Isso é muito gratificante, poder estar à frente de uma confederação e ter o reconhecimento dos sindicatos do setor”, disse, em entrevista à Agência Sindical.

“O Congresso reafirmou a unidade das entidades filiadas à Confederação, que se deslocaram por conta própria até São Paulo para apreciar as contas da CNTA, aprovar a previsão orçamentária e, principalmente, apontar rumos de ação”, ressaltou Artur. 

REFORMA SINDICAL

O tema reforma sindical também foi um dos pontos centrais da discussão. O Congresso definiu a realização de um seminário (online e presencial) com as entidades filiadas à CNTA Afins e às centrais. Para Artur, “as entidades sindicais precisam com urgência que haja uma solução, principalmente para o financiamento das entidades sindicais, e não podemos demorar muito para que isso ocorra”, destacou o presidente da CNTA Afins.

Para Artur, o seminário será uma boa oportunidade para o encaminhamento de um projeto que atenda a demanda das entidades sindicais. “Foi demonstrada a importância que a Confederação tem dentro da conjuntura da representação sindical, uma entidade nacional que procura dar respaldo e atender as demandas das bases. Isso é fundamental”.

Artur defende que, na pirâmide sindical, tem de estar o sindicato, as federações nos estados e confederações em âmbito nacional. “Não tem espaço para as centrais na pirâmide da representação sindical. Não tem espaço porque não é o papel das centrais representar categorias”, continuou Artur.

Para Artur, as Centrais têm papel mais político e de articulação com o Congresso Nacional e os governos. “O papel das centrais sindicais é representar politicamente, dentro da conjuntura, o debate sobre as questões do salário mínimo, da Saúde, da Educação. Esse é um papel importante que as centrais têm de fazer”, explicou. “Estamos abertos ao debate. Mas a posição geral das nossas entidades é preservar a estrutura sindical da Constituição”, concluiu Artur.

Entre as deliberações e encaminhamentos aprovados no encontro está o fortalecimento da representação classista da CNTA e também ampliação da ação política das entidades do segmento. O setor da alimentação emprega cerca de 1,5 milhão de trabalhadores em todo o país. Só o setor de frigorífico responde por 160 mil vagas.

Fonte: Página 8