Protesto contra perseguição política a sindicalista | Foto: Divulgação

Os trabalhadores da Eletrobrás aprovaram greve de 72 horas contra as perseguições políticas e práticas antissindicais praticadas pela direção da empresa. A paralisação ocorrerá entre os dias 9 e 11 de agosto e foi aprovada após manifestação com centenas de funcionários, na última sexta-feira (21), no centro do Rio de Janeiro.

A categoria denuncia perseguição e ameaças de demissão contra funcionários e lideranças sindicais que se opuseram à privatização da empresa no ano passado. Entidades representantes dos trabalhadores relatam tentativa da empresa de coagir funcionários para a assinatura do plano de demissões da companhia.

De acordo com o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNU), o caso veio à tona com o processo administrativo de demissão por justa causa contra Ikaro Chaves, liderança nacional da luta contra a privatização e pela reestatização da Eletrobrás. Segundo os eletricitários, o processo foi aberto por perseguição política.

“Ao ameaçar o dirigente Ikaro Chaves com a demissão por se posicionar contra a privatização da Eletrobrás, estes diretores da Eletrobrás estão colocando em xeque todos os sindicalistas que desde o governo Temer estão na luta contra a venda de uma empresa estratégica para o país. Segundo relatos dos sindicatos do Rio de Janeiro, as pressões contra os dirigentes sindicais já vêm sendo realizadas pela direção da Eletrobrás, sempre com a ameaça de demissões, não respeitando sequer a estabilidade prevista pela CLT para os trabalhadores eleitos pela categoria para representarem os seus direitos”, denunciou o CNU.

Chaves recebeu apoio de vários parlamentares, entre eles da presidente do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann (PT-PR), e do deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP). “Vamos denunciar a política antissindical da Eletrobrás, que persegue e ameaça trabalhadores em retaliação política. Toda a solidariedade e apoio a Ikaro Chaves. Eletrobrás pública já”, exclamou Orlando em suas redes sociais.

O Coletivo Nacional dos Eletricitários informou que os sindicalistas protocolaram as denúncias no Ministério de Minas e Energia (MME) e na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “O clima na empresa está péssimo, hostil. A condução irresponsável dos processos de demissão e reestruturação colocam em risco o sistema elétrico brasileiro”, disse em nota.

O CNU condenou a perseguição a Ikaro Chaves e às demais lideranças sindicais que estão sofrendo ameaça de demissão “daqueles que não sabem viver em uma democracia, onde a livre manifestação é um direito”. “A luta pela reestatização da Eletrobrás é justa e deve continuar, apesar das pressões. Não há espaço para recuar”, conclui o Coletivo.

Fonte: Página 8