Foto: Sintaema

A União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES-SP) e o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema) estão realizando uma semana de protestos e panfletagem na capital contra a privatização da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp).

“Estamos unindo estudantes e trabalhadores para dialogar com a população nos quatro cantos da cidade de São Paulo. A campanha teve início ontem na Lapa e vai ser finalizada com uma grande caminhada na Avenida Paulista em defesa da vida, do meio ambiente e da água como direito fundamental. A privatização da Sabesp representa um grande risco para a saúde e para o bolso das pessoas. A água é uma coisa fundamental e imprescindível para vida, ela não pode ser tratada como mercadoria”, declarou Lucca Gidra, presidente da UMES. 

O pontapé inicial foi nesta terça (18), no Terminal de Ônibus da Lapa, Zona Oeste de São Paulo, ao lado da Estação Ciências. Estudantes e trabalhadores entregaram panfletos e dialogaram com a população sobre as mazelas de uma possível privatização, que vão desde o aumento das tarifas, queda na qualidade dos serviços e até mesmo a desassistência com falta de abastecimento de água e coleta de esgoto nas regiões mais distantes do estado e nas periferias das cidades, especialmente na periferia da cidade de São Paulo.

Para Lucca, “a Sabesp é uma empresa altamente eficiente no tratamento, no serviço, chegando a cerca de 30 milhões de pessoas. Uma empresa lucrativa, que além de não gerar déficit, gera receitas para o governo do estado e dos municípios. Então, não há razão para a privatização”.

“Foi uma boa ação de conversa com a população e de alerta sobre o que está em jogo. Nem todos sabem o tamanho e importância da Sabesp, e dialogar com a população será uma arma fundamental nesta batalha contra a privatização do saneamento em São Paulo”, afirmou a direção do Sintaema, ao reiterar que a campanha vai estar nas ruas conversando com o povo até domingo (23).

Durante a ação, as entidades destacaram que a privatização da Sabesp viola direitos e o patrimônio público de São Paulo e alertaram que o governo de Tarcísio de Freitas não tem levado em consideração as experiências de privatização do saneamento pelo Brasil e pelo mundo, que só geraram piora no serviço e aumento da tarifa. Essa realidade fez com que cidades como Paris, Berlim e outras 265 reestatizassem seus serviços de saneamento.

“O governo aqui do estado está na contramão do mundo. Veja o exemplo do Rio de Janeiro, onde a conta aumentou. É quase o dobro da conta de água aqui da cidade de São Paulo. Outros 37 países que privatizaram seu sistema de saneamento tiveram que voltar atrás e reestatizaram porque aumentou a tarifa, piorou a qualidade de serviço”, afirmou o presidente da UMES.

Na pandemia, a estatal distribuiu cerca de 7 mil caixas-d’água, fez instalação de mais de 600 lavatórios públicos em locais de grande circulação, distribuiu produtos de higiene, bem como higienizou ruas e avenidas. Só em 2020, com o objetivo de ajudar a população e amenizar a situação, a Sabesp fez um programa de isenção do pagamento das contas de água e esgoto que atendeu mais de 2,5 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade em todo o estado. “A gente usa para tudo, sem água não é possível viver. Então, a luta contra a privatização da Sabesp é fundamental”, completou

“A luta em defesa da Sabesp, como os estudantes fizeram em defesa do petróleo, afirmando que o petróleo continuasse a pertencer ao povo brasileiro, é a luta que precisa ser feita agora para garantir que a água continue pertencendo ao povo paulistano”, concluiu Lucca.

Nesta quarta-feira (19), a atividade foi realizada na Praça do Forró, em São Miguel Paulista, Zona Leste da capital. Amanhã (20), será a vez da região central de São Paulo, com atividade na Praça Ramos de Azevedo; na sexta-feira (21), será no Terminal Santo Amaro, na Zona Sul; e no sábado (22), no Tucuruvi, na Zona Norte. No domingo, estudantes e trabalhadores saem em caminhada na Avenida Paulista, com concentração na Praça do Ciclista.

Fonte: Página 8