Candidato da União pela Pátria, Sergio Massa | Foto: Luis Robayo/AFP

O ministro da Economia e candidato da União pela Pátria (UxP) da Argentina, Sergio Massa, afirma que vencendo a eleição presidencial em 22 de outubro “convocará um governo de unidade nacional”, e integrará seu gabinete com “radicais e peronistas que estão hoje no partido de oposição Proposta Republicana (PRO)”.

Para Massa, a dolarização da economia, a venda de órgãos humanos e a “dinamitação” do Banco Central, propostas pelo candidato Javier Milei, do partido Libertad Avanza (LLA), o colocam “diante da obrigação de convocar um governo de unidade nacional mais amplo, com membros do Partido Radical (PR), com setores peronistas mais à direita que acompanhavam o prefeito de Buenos Aires, Rodríguez Larreta, com o governador da província de Córdoba, Juan Schiaretti e setores independentes”.

Sobre seus possíveis eleitores em outubro, ele analisou que “há muitos peronistas que em algum momento se desencantaram com o atual governo, e também há muitos radicais defensores de escolas públicas, universidades gratuitas, ascensão social na Argentina que nada têm a ver com Milei e têm muito mais a ver comigo, com a identidade original do movimento peronista”.

Para o atual ministro da Economia, tanto Javier Milei quanto Patricia Bullrich “levantam a mesma coisa anti-nacional” em termos de projeto de país. “Já nós, representamos um projeto de país com educação pública gratuita e não tarifada. Representamos um projeto de país com produção e trabalho como valores, sem pátria financeira. Como modelo econômico representamos um modelo de inclusão de direitos, um país com um sistema público de aposentadorias, não privatizado como o que eles propõem. São dois modelos de país muito diferentes”, afirmou.

DISPUTAS POSTAS DE LADO

Vários líderes políticos apoiaram a ideia do “grande acordo” para responder à candidatura fascista de Milei que, fruto da insatisfação popular com o governo medíocre de Alberto Fernández, acabou ficando em primeiro lugar nas chamadas primárias de domingo (13). “A Argentina precisa de um governo de unidade nacional, porque estamos diante de uma situação que rompe todas as tradições políticas”, disse à Agência Telam o candidato à vice-presidência, Agustín Rossi, frisando que “será promovido um governo de unidade nacional ao qual vários setores serão convocados, com exceção daqueles que têm visão autocrática como o setor comandado por Milei”.

A ele se juntou a ministra do Desenvolvimento Social, Victoria Tolosa Paz, que considerou que “as disputas devem ser postas de lado e ir em busca dos partidos tradicionais para chegar a um acordo de Estado e derrotar a extrema direita representada por Milei”. “O grande acordo nacional que a ex-presidente Cristina Fernandez pediu em vários dos discursos que fez nos últimos tempos tem que acabar se produzindo. Precisa haver um acordo vinculado à necessidade de dar uma resposta institucional ao avanço de uma política explicitamente antidemocrática de Milei”, apontou.

O Movimento Evita, que reúne ativistas sociais e sindicais peronistas, declarou em comunicado seu apoio a Sergio Massa, assinalando que ele deverá resolver “exigências sociais” como o reconhecimento de quase 8 milhões de pessoas que trabalham sem direitos, promover o crédito produtivo para crescer economicamente de baixo para cima projetando as economias regionais como um pilar do federalismo, e “alcançar desenvolvimento sustentável em termos ambientais e sociais, estabilizando definitivamente o nosso país na via do crescimento econômico”.

“A mensagem das urnas não pode ser subestimada”, afirmaram, acrescentado que “a transformação de 180 graus da Argentina é uma ficção que nos levaria a uma crise econômica, social e política sem precedentes”.

Fonte: Papiro