Submissão às sanções de Washington levaram UE a abrir mão do gás russo barato e enfrentar inflação da energia | Getty Images

O número de empresas falidas na União Europeia (UE) aumentou 8,4% durante o segundo trimestre de 2023, em comparação com o primeiro trimestre, registrando mais um aumento pelo sexto trimestre consecutivo, informou na quinta-feira (17) o Eurostat, serviço de estatísticas da União. Este é o nível recorde desde 2015.

Todos os setores foram afetados por fechamentos, com destaque para o setor hoteleiro e serviços alimentares (+23,9%), transportes e armazenagem (+15,2%) e educação, saúde e atividades sociais (+10,1%).

Já o índice de falências da NACE, o sistema de classificação padrão da indústria usado na UE, se fixou no segundo trimestre deste ano em 105,7, dado que se compara com 97,5 pontos nos primeiros três meses do ano.

Os especialistas consideram que a diminuição da atividade econômica provocada pelas sanções à Rússia, que fizeram disparar os preços de energia; o aumento das taxas de juros – que encarecem os custos dos empréstimos – e o fim das medidas de apoio dos governos posteriores à pandemia de Covid-19 são os fatores por detrás do aumento do número de empresas que declaram falência.

Entre os países com mais registros de falência no segundo trimestre de 2023 a Espanha ocupa o topo da escala do Eurostat, seguida pela Hungria, Letônia e Estônia. Nessas informações, o organismo contabiliza o número de entidades que iniciaram o processo de declaração de falência, mediante declaração judicial, em qualquer momento do trimestre em avaliação.

“SITUAÇÃO SOMBRIA NA ALEMANHA”

Embora os números mais recentes da Alemanha não constem do relatório do Eurostat, os dados do Departamento Federal de Estatística daquele país relativos a julho revelam que o número de empresas que entraram em processo de falência cresceu 23,8% em termos interanuais.

O Instituto de Pesquisa Econômica (Ifo), com sede em Munique, informou também em julho que o índice de confiança empresarial havia caído pelo terceiro mês consecutivo e que os empresários estavam desiludidos com a situação atual de seus negócios, por isso baixaram suas expectativas para o futuro.

“A situação da economia alemã está cada vez mais sombria”, declarou o presidente do Ifo, Clemens Fuest.

Fonte: Papiro