Estudantes sul-coreanos na marcha contra o despejo no mar da água de Fukushima | Foto: AFP

Com cartazes como “Proteja o Oceano Pacífico” e “Mantenha-a na sua Ilha”, centenas de pessoas protestaram no centro de Seul no sábado (12) contra o plano do Japão de liberar água radioativa supostamente “tratada” da danificada usina nuclear de Fukushima no oceano, apesar das repetidas objeções dos países vizinhos, o que pode ocorrer até o final de agosto.

“Se for descartado, as substâncias radioativas contidas na água contaminada acabarão por destruir o ecossistema marinho”, alertou Choi Kyoungsook, ativista do Korea Radiation Watch, grupo que organizou o protesto, enfatizando que “acreditamos que o mar não é apenas para o governo japonês, mas para todos nós e para a humanidade”.

A usina de Fukushima acabou danificada após o terremoto Tohoku de magnitude 9,0 em 2011 e um subsequente tsunami devastador, no pior desastre nuclear desde de Chernobyl em 1986. No mês passado, o regulador nuclear do Japão oficializou a liberação gradual da água contaminada com resíduos radioativos como planejado pelo operador da usina danificada, a Tokyo Electric Power Company (TEPCO), no oceano Pacífico, alegando ser “seguro”.

A China já se pronunciou contra o plano, argumentando que, se a água de Fukushima for de fato, “tão segura” como o Japão alega, deveria ser mantida por Tóquio para uso doméstico.

“Se algumas pessoas pensam que a água contaminada por energia nuclear de Fukushima é segura para beber ou nadar, sugerimos que o Japão guarde a água contaminada por energia nuclear para essas pessoas beberem ou nadarem, em vez de lançá-la no mar e causar preocupações generalizadas. internacionalmente”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, no mês passado.

Segundo Tóquio, a água contaminada de Fukushima é “tratada” conforme “padrões internacionais de segurança”. A paralisada usina nuclear de Fukushima continua produzindo diariamente cerca de 100 metros cúbicos de águas radioativamente residuais, que são armazenados em grandes tanques em suas instalações – e o espaço de armazenamento está se esgotando.

Fonte: Papiro