Manifestação em defesa da Educação Pública convocada pela Associação Nacional de Educação | Foto: NEA

O governo de Donald Trump caminha para acabar com o Departamento de Educação dos EUA (equivalente ao ministério da Educação), anunciando seu desmembramento e a transferência das partes para outros departamentos federais. Ao todo, seis escritórios do Departamento de Educação serão afetados e suas operações irão para quatro agências diferentes;

Mesmo sem a aprovação do congresso americano, o que é necessário por lei para levar adiante a medida, Trump quer fechar o Departamento de Educação obviamente atendendo às vontades do lobby da educação privada nos EUA.

Seu plano é a terceirização da educação nos EUA, criando créditos fiscais através de vouchers escolares universais para escolas privadas e religiosas, desviando para o setor privado fundos públicos que iriam para as escolas públicas, bem como a criação de um novo programa de subsídios para escolas que se associarem a empresas privadas.

Trump fez campanha pelo fechamento do Departamento da Educação e em março assinou uma ordem executiva e ordenando à sua secretária de Educação, Linda McMahon, que atuasse junto ao Congresso com esse objetivo.

“Nós vamos desligá-lo e desligá-lo o mais rápido possível. Não está nos fazendo bem. Queremos devolver nossos alunos aos Estados Unidos”, disse Trump, em sua costumeira fala de nonsense, durante o mês de março.

“Ao desmantelar o Departamento de Educação, meu governo devolve o controle da educação para onde ele pertence – os Estados, comunidades locais e pais”, acrescentou. 

O Escritório do Ensino Fundamental e Médio e o Escritório do Ensino pós-Secundário serão anexados ao Departamento do Trabalho.

O Escritório da Educação Indígena irá para o Departamento do Interior e iniciativas internacionais de educação e língua estrangeira, como o programa de pesquisa no exterior Fulbright-Hays, passarão para o Departamento de Estado.

O Departamento de Saúde e Serviços Humanos receberá um programa de acreditação de assistência infantil e medicina estrangeira. Também há uma proposta para a transferência da supervisão da educação especial, que dá cobertura para estudantes com deficiência, o que críticos condenam como um retrocesso do progresso da educação inclusiva.

No início do ano, o governo Trump já havia transferido programas de educação para adultos para o Departamento de Trabalho.

Não foi inteiramente esclarecido como se dará a transferência do financiamento dos órgãos deslocados para outros os departamentos. De acordo com o site de notícias Politico, mudanças no programa de educação K-12 e nos escritórios de educação pós-secundária estão estimadas em cerca de US$ 31 bilhões, segundo uma fonte do Departamento, mas não há informações sobre se haverá cortes e seu montante.

O governo Trump também não deixou claro se haverá mais demissões e cortes para o Departamento de Educação, que já foi afetado pelas demissões em massa e ofertas de aposentadoria compulsória no início desse segundo mandato.

Fonte: Papiro