Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

O mercado financeiro reduziu a previsão da inflação para este ano, de 4,55% para 4,46%. Com isso, é a primeira vez no ano que o índice fica abaixo do teto da meta (4,5%), estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) do Banco Central. A informação consta do Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (17).


A revisão ocorreu após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — considerado a inflação oficial do país — ter alcançado o menor patamar para outubro em quase 30 anos. De acordo com o IBGE, o IPCA ficou em 0,09% no mês passado. Em relação a setembro, quando era 0,48%, a queda foi de 0,39 ponto percentual.

A meta inflacionária, definida pelo CMN, é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.

No mês passado, a projeção do mercado era de que a inflação terminaria o ano em 4,7%. Considerando o acumulado dos últimos 12 meses, a inflação ficou em 4,68% — primeiro registro abaixo dos 5% em oito meses.

A meta inflacionária é usada pelo BC para estabelecer sua política de juros. Atualmente em 15%, a taxa é uma das mais altas do mundo e tem contribuído diretamente para a retração da atividade econômica e para encarecer a vida dos brasileiros.

Apesar dessas consequências negativas, o Copom (Comitê de Política Monetária) manteve o índice pela terceira vez consecutiva e, em sua mais recente ata, indicou que deverá mantê-la assim por algum tempo.

PIB e dólar

No caso do crescimento do PIB, o Boletim Focus — produzido semanalmente pelo BC com as expectativas do mercado financeiro para a economia brasileira — manteve a projeção em 2,16% para este ano.

Por ora, para 2026, a aposta é que o crescimento econômico fique em 1,78%. Considerando os anos seguintes, o mercado financeiro estima expansão do PIB em 1,88% em 2027 e 2% em 2028.

No que diz respeito à cotação do dólar, a previsão é de R$ 5,40 para o fim deste ano e de R$ 5,50 para 2026.