Governador da Califórnia critica tarifas de Trump contra o Brasil
O governo dos Estados Unidos não mandou representantes oficiais para a COP30, em Belém (PA). No entanto, o governador do estado da Califórnia, Gavin Newsom, esteve presente e criticou a ausência de seus compatriotas e também desaprovou as tarifas comerciais impostas ao Brasil.
O democrata fez questão de estar presente na Conferência que debate as mudanças climáticas, acentuando sua oposição a Donald Trump. O governador é alvo constante de críticas do presidente dos EUA, que passou a ameaçá-lo de ser preso por não impedir manifestações em Los Angeles contra as políticas de imigração adotadas no âmbito federal. Trump chegou a enviar tropas da Guarda Nacional para o estado, o que gerou uma crise de poderes.
Tarifas comerciais
Antes de ir para a capital paraense, Newsom passou pela cidade de São Paulo, oportunidade em que avaliou ser um desrespeito a ausência da delegação norte-americana e um contrassenso abdicar de negociar com o Brasil, que possui muitas terras raras tão requisitadas pelos EUA. Assim, avalia que as tarifas comerciais de 50% sobre produtos brasileiros são “um dedo do meio”.
“Nenhuma pessoa do governo americano para mostrar respeito a vocês. Esqueça a política, é um desrespeito. Estamos no Brasil, um dos nossos maiores parceiros comerciais e uma das grandes democracias do mundo. Tanta terra rara aqui, mas, em vez disso, dão um dedo do meio com tarifas de 50%. É vergonhoso”, lamentou.
Já na COP30, durante coletiva de imprensa, reafirmou seu posicionamento ao dizer que as tarifas impostas são ilegais, chamando-as de “piada” e “abominação”, como também de “tarifas de Bolsonaro”.
“Eu tenho sido bem claro. Estas tarifas sobre o seu país são uma piada. São uma abominação. Quero dizer, as tarifas de Bolsonaro. Vamos apenas estabelecer o que elas são. Nós temos um superávit comercial com vocês. É absurdo. São tarifas ilegais”, declarou.
Ausência de delegação
Na passagem pelo Brasil, Newsom manifestou sua desaprovação com a ausência do governo Trump na COP30, indicando que o negacionismo climático adotado é uma “aposta na estupidez”. Atualmente, os EUA voltaram a apostar em energia nuclear e no uso de carvão para geração elétrica, opção altamente poluente e oposta ao que os acordos ambientais promovem.
Além disso, ao retornar à Casa Branca, Trump retirou os EUA do Acordo de Paris da mesma forma como fez em seu primeiro mandato. Para o blog da Andreia Sadi, Newsom afirmou que a China entende muito melhor a importância da transição energética do que seu país, e com a atual postura, Trump cede a liderança na área para os chineses: “Xi Jinping está vibrando”, reforçou o democrata.
Durante a estada em Belém, o governador da Califórnia ainda assinou um memorando de entendimento com o governador do Pará, Helder Barbalho, para a cooperação em soluções de baixo carbono e desenvolvimento sustentável.




