Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) está prestes a iniciar uma nova etapa, com duas ampliações importantes. O governo Lula estuda a possibilidade de a prova ser aplicada em países do Mercosul. Além disso, servirá para avaliar a educação básica brasileira. As novidades podem começar já em 2026 e foram anunciadas neste domingo (16) pelo ministro da Educação, Camilo Santana.

“A prova, em português, seria aplicada em Buenos Aires (Argentina), Montevidéu (Uruguai) e Assunção (Paraguai), ampliando o alcance do exame”, disse Santana. A ideia inicial é que brasileiros e estrangeiros residentes nestes países possam fazer a prova.

Segundo o ministro, o estudo a respeito da aplicabilidade do exame nesses países será concluído e apresentado antes da abertura das inscrições da próxima edição do exame. 

Ainda de acordo com Santana, a partir de 2026, o Enem será utilizado para a avaliação da qualidade do ensino médio no país, além de reconhecer as trajetórias individuais para fins de seleção e certificação.

A novidade será implementada por meio da cooperação entre o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e as redes de ensino estaduais, com o objetivo de fornecer um diagnóstico da educação básica brasileira.  

“A motivação do aluno do 3º ano do ensino médio é fazer o Enem. Com essa mudança, nós vamos ter condições de avaliar com mais qualidade a aprendizagem do ensino médio. A ideia é que a prova do Enem seja a prova de avaliação do ensino médio a partir de 2026”, explicou.

De acordo com o titular do MEC, a medida deve garantir resultados mais eficientes e fidedignos do desempenho dos estudantes. “Nós vamos trabalhar em 2026 para produzir uma avaliação da conclusão da educação básica e do Enem. Isso certamente colocará em outro patamar a aferição da qualidade da nossa educação básica, à medida em que teremos estudantes mais motivados para a participação nessa avaliação, além de uma prova que cobre todas as habilidades e conhecimentos previstos na Base Nacional Comum Curricular, com muito mais qualidade”, explicou Manuel Palacios, presidente do Inep.

Ao longo de 2025, o órgão elaborou uma proposta de padrões de aprendizagem e desempenho para o ensino médio, que será apresentada para adoção das redes de ensino.  

Balanço do Enem

Durante a coletiva de imprensa, Camilo Santana também fez um balanço da aplicação do Enem neste ano. As provas foram realizadas nesse domingo (16) e no anterior (9).

Nesta edição, o exame teve 4,8 milhões de participantes, com aproximadamente 70% de presença nos dois dias de prova, segundo dados preliminares do Inep. 

Os gabaritos do segundo dia de aplicação serão divulgados na próxima quinta-feira (20) e os resultados finais estão previstos para janeiro de 2026. 

Em 2025, o Enem voltou a ser utilizado para a conclusão do ensino médio. Mais de 98 mil estudantes maiores de 18 anos solicitaram a certificação pelo exame. Para isso, é necessário atingir, no mínimo, 450 pontos em cada uma das áreas de conhecimento e 500 pontos na redação. 

Nos dois dias de prova, 585 mil colaboradores foram mobilizados para o Enem, desde equipes de limpeza até a segurança. Santana aproveitou a coletiva para agradecer a esses trabalhadores, bem como o apoio dos Correios, das forças policiais, prefeituras e governos estaduais.

Com agências