Para o Conselho da Paz da Noruega, métodos de Corina não estão de acordo com seus princípios | Foto: Pedro Mattey/AFP

O Conselho da Paz cancelou a marcha de tochas, que realiza tradicionalmente pelas ruas de Oslo no dia da entrega do Nobel da Paz, devido ao histórico de crimes contra a democracia venezuelana cometidos por Corina Machado, premiada este ano com apoio de Trump e apaniguados

Métodos criminosos da golpista venezuelana Corina Machado levaram o Conselho da Paz da Noruega a cancelar a tradicional procissão de tochas pelo centro de Oslo neste ano, como costuma realizar no dia da cerimônia de premiação do Prêmio Nobel da Paz.

A decisão, segundo o comunicado divulgado à imprensa, não afeta a condição da notória golpista como ganhadora do prêmio, que foi oficialmente concedido pelo Comitê Norueguês do Nobel, órgão independente responsável pela escolha dos laureados.

A entidade defensora da paz, que representa 17 organizações norueguesas e quase 15.000 ativistas, assinalou que tomou a decisão porque seus membros “não acham que o vencedor deste ano esteja alinhado com os valores fundamentais do Conselho Norueguês de Paz ou de nossos membros”.

“Esta é uma decisão difícil, mas necessária. Temos grande respeito pelo Comitê Nobel e pelo Prêmio Nobel da Paz como instituição, mas, como organização, devemos permanecer fiéis aos nossos princípios e ao movimento pela paz mais amplo que representamos. Estamos ansiosos para celebrar o prêmio novamente nos próximos anos”, afirmou sua presidente, Eline H. Lorentzen, em um comunicado.

Indicada pelo secretário de Estado de Donald Trump, Marco Rubio, e por vários membros do Partido Republicano dos EUA, Maria Corina recebeu o Prêmio Nobel da Paz, porém alguns de seus métodos não estão alinhados com nossos princípios e valores ou com os de nossas organizações-membro, como a promoção do diálogo e de métodos não violentos”, como denunciou Lorentzen ao jornal norueguês VG sobre a vencedora do Prêmio Nobel, referindo-se  a suas atitudes anti-democráticas como várias tentativas de golpe na Venezuela, como o de 2002 contra o então presidente Hugo Chávez; a tentativa de deposição do presidente Nicolás Maduro, em 2019, ao lado do autonomeado presidente, Juan Guaidó; além dos protestos violentos e ações  visando deslegitimar as eleições de julho de 2024 na Venezuela.

A chamada procissão de tochas pelo centro de Oslo até o hotel onde o vencedor está hospedado é um dos destaques do programa do Prêmio Nobel da Paz, embora não seja organizada pelo Instituto Nobel Norueguês.

Suas origens remontam a 1954 e são tradicionalmente organizadas pelo Conselho Norueguês para a Paz, um dos órgãos mais importantes para o trabalho pela paz neste país nórdico, embora não é a primeira vez que o Conselho cancela a procissão como forma de protesto ao vencedor do Nobel da Paz.

Em 2012, a União Europeia foi premiada por “ao longo de seis décadas contribuir para o avanço da paz e da reconciliação, da democracia e dos direitos humanos na Europa”. O grupo norueguês e outras organizações ignoraram a celebração naquele ano, criticando o bloco europeu por manter um grande exército, enquanto sua população sofria com uma recessão econômica no período.

Fonte: Papiro