Atos por todo o país protestam nesta sexta (31) contra chacina no Rio
Rio de Janeiro (RJ), 29/10/2025 – Protesto contra a operação policial que deixou mais de 120 pessoas mortas no Complexo da Penha, em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do Estado. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Esta sexta-feira será de luto e protesto contra a política de chacinas em curso no Rio de Janeiro. Em diversas cidades brasileiras, as ruas serão ocupadas para demonstrar repúdio ao governo de Cláudio Castro (PL) e sua política racista contra as populações das favelas. A imagem de dezenas de corpos enfileirados na periferia carioca sob o pretexto de combate ao narcotráfico chocou o país.
Na Zona Norte do Rio de Janeiro, moradores dos complexos da Penha e do Alemão se reúnem às 13h no Campo da Ordem para um ato de luto, resistência e exigência de responsabilização. A mobilização, articulada em diálogo com lideranças locais, marca o epicentro do massacre mais letal da história do estado — mais de 120 mortos, fruto de uma operação policial com 2,5 mil agentes que invadiram casas, impediram o direito de ir e vir e deixaram um rastro de terror.

Junto com eles, estarão manifestantes de todo o país em solidariedade e protesto contra a barbárie cometida pelo governo do Rio de Janeiro. Em São Paulo, está prevista concentração no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, a partir das 18h, com o grito “Chega de chacinas!”
Paralelamente, atos ocorrem em Recife (16h), Belo Horizonte (17h), Porto Alegre (17h), Florianópolis (17h30), Salvador (16h), Brasília (18h), Fortaleza (17h), Campinas (18h), Curitiba (18h) e mais de 15 cidades em todo o Brasil. Em todas as frentes, a pauta é uma: justiça pelas vítimas, fim do genocídio negro e responsabilização do Estado.
O ato, convocado por uma ampla frente de movimentos — entre eles a Coalizão Negra por Direitos, Unegro, Movimento Negro Unificado (MNU), Uneafro e Marcha das Mulheres Negras — exige a prisão imediata de Cláudio Castro e a desmilitarização da polícia.
Pressão judicial e político-institucional cresce
Enquanto as ruas se mobilizam, o Supremo Tribunal Federal (STF) já recebeu pedido de inquérito criminal contra o governador do Rio por homicídio doloso e abuso de autoridade. Movimentos afirmam: “Não podemos mais permitir que o Rio se torne um laboratório de morte”. A Coalizão Negra reforça que a operação não foi um “excesso”, mas a expressão crua de uma política genocida estrutural — e que a luta por vidas negras é urgente, nacional e inadiável.
Confira os principais atos já agendados:
Rio de Janeiro (Rio de Janeiro)
Saída do Campo da Ordem (Estrada José Rucas, 1202) – 13h
Nova Iguaçu (Rio de Janeiro)
Praça dos Direitos Humanos – 17h
São Paulo (São Paulo)
Masp – 18h
Campinas (São Paulo)
Praça da Catedral – 18h
Santos (São Paulo)
Estação Cidadania, Avenida Ana Costa 340 – 18h
Ribeirão Preto
Brasília (Distrito Federal)
Museu da República – 18h
Salvador (Bahia)
Praça da Piedade – 16h
Fortaleza (Ceará)
Praça da Gentilândia – 17h
Recife (Pernambuco)
Palácio do Campo das Princesas – 16h
Porto Alegre (Rio Grande do Sul)
Esquina Democrática – 17h
Belo Horizonte (Minas Gerais)
Praça 7 – 17h
Juiz de Fora (Minas Gerais)
Rua Halfeld, em frente ao BB- 17h30
Belém (Pará)
Uepa CCSE (Telégrafo) – 17h30
Curitiba (Paraná)
Praça dos Andrade – 18h
Londrina (Paraná)
Rua Maranhão, 85 – Centro – 17h30
Florianópolis (Santa Catarina)
Em frente ao TICEN – 17h30
Joinville (Santa Catarina)
Praça Nereu Ramos – 18h
Vitória (Espírito Santo)
Pracinha de Itararé – 17hs
Natal (Rio Grande do Norte)
Shopping Midway – 17h
Salvador (Bahia)
Praça da Piedade – 16h
Feira de Santana (Bahia)
Em frente à Prefeitura – 17h30
Por Cezar Xavier

