Vidraça do STF destruída nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Foto: Fellipe Sampaio/STF

O procurador-geral da República, Paulo Gonet pediu a condenação de outros nove acusados pela tentativa de golpe de Estado, que formam o chamado núcleo três da trama. O pedido consta nas alegações finais encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (15).

Conforme a denúncia, os réus formavam o núcleo voltado às atividades táticas e coercitivas da organização criminosa, “sendo responsáveis pelas ações mais severas e violentas do grupo”.

O PGR também apontou que o grupo atuou para convencer o alto escalão do Exército a aderir ao plano golpista, além de monitorar e planejar ataques a autoridades. “Graças à ação dos acusados, o Alto Comando do Exército foi severamente pressionado a ultimar o Golpe de Estado, autoridades públicas estiveram na mira de ações violentas e forças terrestres foram disponibilizadas aos intentos criminosos”, argumentou Gonet.

Segundo ele, “a organização criminosa documentou a quase totalidade das ações narradas na denúncia, por meio de gravações, manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de mensagens eletrônicas, tornando ainda mais perceptível a materialidade delitiva”.

O núcleo três é formado por: Bernardo Romão Corrêa Netto, Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, Fabrício Moreira de Bastos, Hélio Ferreira Lima, Márcio Nunes de Resende Junior, Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra de Azevedo, Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros e Wladimir Matos Soares.

A PGR pede a condenação de todos pelos crimes de organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.

No caso Ronald Ferreira de Araújo Júnior, a PGR defende sua condenação por incitação ao crime. Segundo a procuradoria, diferentemente dos outros acusados, não foram reunidos elementos que comprovem a ligação do réu com a organização criminosa.

O STF deverá julgar, até o final do ano, os núcleos dois, três e quatro, num total de 23 acusados. O quinto ainda está pendente de análise.