Operação Rejeito. Foto: PF

Com o objetivo de desarticular uma organização criminosa responsável por crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro na exploração de minério de ferro, a Polícia Federal (PF), em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e o apoio do Ministério Público Federal (MPF) e da Receita Federal, deflagrou nesta quarta-feira (17) a Operação Rejeito.

Na ação, foram presos preventivamente o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mário Trivellato Seabra Filho, e o ex-diretor da PF e atual diretor de Administração e Finanças do Serviço Geológico do Brasil (SGB), Rodrigo de Melo Teixeira.

Os agentes da operação cumprem 79 mandados de busca e apreensão e 22 de prisão preventiva. Também estão sendo realizados o afastamento de servidores públicos; o bloqueio de ativos no valor de R$ 1,5 bilhão e a suspensão das atividades das pessoas jurídicas envolvidas no caso.

Segundo a PF, “o grupo investigado teria corrompido servidores públicos em diversos órgãos estaduais e federais de fiscalização e controle na área ambiental e de mineração, com a finalidade de obter autorizações e licenças ambientais fraudulentas”.

Essas autorizações, ainda de acordo com a Polícia Federal, eram utilizadas “para usurpar e explorar irregularmente minério de ferro em larga escala, incluindo locais tombados e próximos a áreas de preservação, com graves consequências ambientais e elevado risco de desastres sociais e humanos”.

Para levar a cabo seu intuito, a organização teria ainda atuado para neutralizar a ação do Estado, dificultando as investigações e monitorando autoridades e se utilizado de diversos artifícios para lavar o dinheiro obtido com as práticas ilícitas.

Todos os investigados deverão responder por crimes ambientais, usurpação de bens da União, corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e embaraçamento à investigação de organização criminosa.

Conforme noticiado pelo site Repórter Brasil, um dos detidos, o geógrafo Gilberto Henrique Horta de Carvalho, é próximo do PL, bem como do ex-presidente Jair Bolsonaro e do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). Em 2023, ao disputar (e perder) a eleição do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais) recebeu apoio dos dois políticos, bem como de outros ligados à extrema direita, campo político que sempre atuou para afrouxar regras ambientais e as relativas ao garimpo e à exploração de minérios.

Com agências