Ao lado da irmã Karina, atolada em escândalos de corrupção, Milei veta recursos para a melhoria do ensino público | Foto: Reprodução

Amparado na política de “superávit fiscal” determinada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), o governo argentino vetou nesta quarta-feira (10) o envio de mais recursos para as universidades públicas, aprovado pelo Congresso em agosto.

Passados quatro dias que sofreu uma retumbante derrota nas eleições legislativas da província (Estado) de Buenos Aires – que concentra 40% do eleitorado nacional – Milei persiste na sua política de arrocho e precarização das condições de vida dos argentinos. Reitera que não se distanciará “nem um milímetro” da receita ultraneoliberal.

Ao lado da irmã, Karina, atolada até o pescoço no escândalo de propinas obtidas com o assalto à Agência Nacional para a Deficiência (Andis), Milei barrou a medida aprovada por 158 dos 257 deputados, mas sem alcançar os dois terços de votos necessários para blindar o texto contra um veto presidencial.

Sustentando que o investimento nas universidades, em salários e melhores condições de ensino, significaria agredir um dos “pilares” nos quais o seu governo está apoiado, o Executivo alegou que “promulgar a medida sancionada pelo Congresso da Nação dificultaria gravemente a sustentabilidade das finanças públicas”.

Entre outras medidas, a lei de financiamento universitário aprovada pelo parlamento atualizava os gastos pela inflação e estabelecia a convocação de reuniões para recompor o salário mais do que defasado dos servidores. Agora, para que o projeto prossiga, necessita reunir dois terços dos votos em ambas as casas.

Esta é a segunda vez que o desgoverno Milei barra uma lei que atualiza verbas essenciais para o funcionamento das universidades. O obstáculo anterior foi imposto em outubro de 2024, onde o serviçal do FMI também argumentou que a medida seria daninha pois causaria um suposto “desequilíbrio fiscal”.

Com o recente resultado eleitoral amplamente favorável ao peronismo e a força das mobilizações que conseguiram reverter o veto de Milei sobre a lei de Emergência em Deficiência, cresce a expectativa de que a política de corte nos recursos das universidades também seja derrotada.

Fonte: Papiro