Fotos: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceria as eleições em todos os cenários de primeiro e de segundo turno se a disputa fosse hoje. Seu desempenho, portanto, é superior ao de qualquer concorrente do clã Bolsonaro ou da direita, que se mostra bastante dividida. É o que indica pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira (18).

Embora Jair Bolsonaro (PL) esteja inelegível — e deverá, em breve, estar preso — o nome do ex-presidente vem constando das simulações, talvez como forma de medir sua influência que, não à toa, anda baqueada.

Os inúmeros crimes imputados ao chefe da família e a outros de seus membros e entorno, bem como a disputa sobre seu espólio entre expoentes da velha direita e da extrema direita, deixam o cenário fragmentado e o bolsonarismo desgastado junto a boa parte da opinião pública.

No entanto, não é prudente, ao menos por ora, apostar que esse campo político se entregou ou que não continue competitivo (por vias, aliás, nem sempre muito éticas). O percentual de preferência por seus nomes mostra haver público cativo para votar em quem for indicado por Bolsonaro.

Além disso, a direita como um todo — inclusive a “nova” e a extrema direita, que gosta de se colocar como antissistema — é uma velha raposa política que sabe como se preparar para o bote, de maneira que, em busca da sua sobrevivência e de seus interesses, tentará se rearticular.

Mas, o desempenho de Lula diante de todas as dificuldades impostas por esse campo é um sinal bastante positivo e promissor. A melhora de seu desempenho traz consigo, entre outros aspectos, a firme posição em defesa dos interesses nacionais frente aos ataques de Donald Trump e do bolsonarismo, bem como resultados da economia e de programas sociais que melhoraram, de fato, a vida do povo, além de propor e defender bandeiras justas, como a taxação dos mais ricos, a isenção do Imposto de Renda para os mais pobres e o fim da escala 6×1.

Tudo colocado, a pesquisa aponta uma clara preferência pelo presidente em todos os cenários testados.

Primeiro turno

No caso das simulações de primeiro turno, um dos cenários testados traz Lula (PT) com 32%; Jair Bolsonaro (PL) com 24%; Ciro Gomes (PDT) com 11% e Ratinho Júnior (PSD) com 8%. Depois estão Romeu Zema (Novo), com 5%, percentual semelhante ao de Ronaldo Caiado (União Brasil), com 4%. Indecisos são 5% e branco/nulo/não vai votar somam 11%.

Os quatro últimos candidatos ficam com mais ou menos o mesmo percentual nos demais cenários, assim como os indecisos — em torno de 5% a 6% — e os que optam por branco/nulo ou não votar — grupo com variação maior, de 11% a 19%.

No embate que inclui Michelle Bolsonaro (PL), Lula vai a 33% e a ex-primeira-dama, a 18%. Quando a disputa envolve Lula e Tarcísio de Freitas (Republicanos) junto com os demais pré-candidatos, o presidente sobe ainda mais, 35%, enquanto o governador de São Paulo fica com 17%.

O quinto cenário, que coloca dois nomes mais destacados do bolsonarismo, Tarcísio e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Lula vence com 40%, ante 20% do governador e 16% do parlamentar, mostrando que, ao que parece, a traição de Zero Três à pátria foi mal recebida pela população.

Já no sexto cenário, Lula tem 40%; Eduardo, 21% e Ratinho 16%. Quando o governador do PR é substituído pelo de Minas, Lula passa a ter 42%, Eduardo 21% e Zema, 13%. Por fim, a oitava possibilidade testada para o primeiro turno mostra Lula com 43%, Eduardo com 21% e Caiado com 12%.

Segundo turno

A pesquisa também testou possibilidades variadas de segundo turno, nas quais Lula também tem desempenho destacado. Contra Ciro Gomes, alcança 40% contra 33%. Indecisos são 3%. Chama atenção o alto número de brancos/nulos ou que não vão votar: 24%.

No caso da disputa com Tarcísio, Lula segue à frente com 43% ante 35%; indecisos são 3% e brancos/nulos/não vão votar caem para 19%.

Quando questionados sobre a preferência entre Lula e Ratinho, os percentuais são de, respectivamente, 44% e 32%. Indecisos se mantêm em 3% e branco/nulo/não vai votar fica em 21%.

Entre Lula e Bolsonaro, o placar é de 47% a 34% — indecisos somam 2% e branco/nulo/não vai votar, 17%. No cenário sem Bolsonaro e com Zema, os percentuais são de 45% a 32% para Lula. Indecisos são 4% e branco/nulo/não vai votar, 19%.

Na disputa com Michelle, Lula tem 47% e ela, 32%, com 3% de indecisos e 18% de branco/nulo/não vai votar. Com Caiado, a situação é semelhante, 46% a 31%. Indecisos são 3% e branco/nulo/não vai votar, 20%.

Quando a pesquisa coloca Lula x Eduardo, os números são de, respectivamente, 47% a 29%; indecisos são 3% e branco/nulo/não 21%.

Por fim, a Quaest testou o embate entre Lula, que tem 45%, e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), que fica com 26%; neste caso, os indecisos são 4% e branco/nulo/não saltam para 25%.

A pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos e realizada entre os dias 12 e 14 de setembro. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.