Criança em meio aos escombros de Gaza. Foto: Wikimedia

Mais uma tentativa de estancar o genocídio em Gaza foi ignorado pelos Estados Unidos. O país resolveu vetar, nesta quinta-feira (18), projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU que exigia um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente.

Além disso, a proposta estabelecia que Israel suspendesse todas as restrições à entrega de ajuda humanitária aos palestinos. Ao mesmo tempo, exigia a libertação imediata, digna e incondicional dos reféns israelenses.

Os outros 14 membros do Conselho de Segurança apoiaram a resolução, cujas tratativas foram iniciadas em agosto.

A posição encampada pelos EUA de Donald Trump reflete os interesses do país e de Israel em fazer uma limpeza étnica na região e lucrar com a ocupação da Faixa de Gaza.

Nesta semana, o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smortrich disse haver um “plano de negócios” para a avaliação do presidente estadunidense — que tem parte de sua fortuna advinda de negócios imobiliários e no ramo da hotelaria e que já sinalizou querer transformar Gaza num resort.

“Existe um plano de negócios, elaborado pelos profissionais mais qualificados, que está sobre a mesa do presidente Trump, sobre como transformar esta situação numa mina de ouro imobiliária, sem brincadeira”, disse o ministro.

Enquanto isso, a população palestina definha de fome e doenças ou é assassinada pelos ataques de Israel. Segundo informação da Unicef divulgada nesta semana, a desnutrição infantil na região bateu novo recorde.

“A porcentagem de crianças diagnosticadas com desnutrição aguda em exames feitos em Gaza aumentou de 8,3% em julho para 13,5% em agosto. Na Cidade de Gaza, onde a fome foi confirmada no mês passado, a porcentagem de crianças internadas com desnutrição foi ainda maior, de 19%, contra 16% em julho”, aponta a instância da ONU para a infância. Ainda de acordo com a ONU, no mês passado foram identificadas quase 13 mil crianças como gravemente desnutridas.

Ao todo, mais de meio milhão de pessoas em Gaza estão passando fome, inanição generalizada, miséria e mortes evitáveis, de acordo com análise da Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar (IPC, na sigla em inglês).

Dados recém-divulgados por autoridades locais indicam a morte de 65 mil palestinos desde o início dos ataques de Israel.