Dois planos do PCdoB na luta nacional
No Projeto de Resolução, são identificadas duas tarefas centrais do PCdoB: a reeleição de Lula em 2026 e a realização de reformas estruturais.
As duas tarefas se unem dialeticamente num projeto de desenvolvimento econômico, social, político e civilizacional e na acumulação de forças para realizá-lo, alterando a correlação de forças em favor dos progressistas.
A nossa estratégia é a construção do socialismo com características brasileiras. No caminho dessa realização impõem-se batalhas táticas de longo, médio e curto prazo.
A longo prazo, o Projeto de Resolução do PCdoB propõe articular uma frente patriótica e popular, que reúna as forças progressistas, nacionalistas e populares em defesa da soberania nacional e do impulsionamento do Brasil.
Essa é uma tática quase estratégica, de longo prazo, que busca reunir as forças de esquerda, os verdadeiros patriotas e, parafraseando Lênin, todas as pessoas honestas do Brasil, para realizar as reformas estruturais democráticas, políticas, agrárias, urbanas, educacionais, de saúde, de saneamento, ambientais, entre tantas outras necessárias para o desentrave do desenvolvimento brasileiro.
Essa tática não entra em contradição com a tática conjuntural, de médio e curto prazo, de articular uma ampla frente democrática que garanta a reeleição de Lula em 2026 e a governabilidade do atual e do futuro governo Lula. Este é um passo necessário para acumular forças e alterar a correlação de forças que ajude a construir a frente patriótica e popular e a realização das reformas estruturais.
Assim, não procede a oposição que uma certa parte da esquerda coloca entre “frente de esquerda” e “frente ampla”, sem compreender o liame dialético entre as duas.
O Projeto de Resolução propõe, acertadamente, que se articule um centro de coordenação dessas frentes.
O camarada, Aldo Arantes, apresenta uma proposta concreta de como construir esse centro, no seu livro “O domínio das Mentes” (em que desmascara as táticas bolsonaristas e da direita para conquistar corações e mentes): a articulação de um jornal conjunto da frente, que analise as conjunturas e apresente propostas consensuais (um consenso progressivo, não estático, que vá incorporando sempre os resultados das lutas anteriores para avançar).
Evidentemente, embora seja inevitável que se veja semelhanças com o jornal “Movimento”, das forças democráticas na luta contra a ditadura militar, as diferenças são enormes. Em primeiro lugar, tal jornal certamente será digital, ancorado num site da internet e servindo de base para a orientação das redes sociais democráticas, servindo também para repercutir, ampliar a dimensão e unificar as análises das diversas frentes de lutas, inclusive parlamentares, para que cada força social progressista atue de forma coordenada com as demais.
Não podemos, no entanto, nos deixar absorver indiferenciadamente por esse centro coordenador da luta democrática.
O PCdoB deve também aparecer com sua própria fisionomia, propostas e palavras de ordem e a forma organizativa e isso exige também um órgão de comunicação atualizado, dinâmico, com uma linguagem moderna e agilidade noticiosa. Vejo um embrião desse órgão no Vermelho e na TV Grabois, que devem ser fortalecidos e ampliados pela estrutura partidária e devem ser prestigiados, assistidos constantemente e reproduzidos e encaminhados nas redes sociais por todos os militantes e amigos do PCdoB.