100 mil em Bruxelas exigem fim do genocídio de Netanyahu em Gaza

Em uma demonstração massiva em defesa da Palestina, sob a palavra de ordem “Israel cruzou todas as linhas vermelhas”, a manifestação reuniu uma multidão no centro da capital belga no domingo (7).
A manifestação foi convocada por cerca de 200 organizações, incluindo entidades sociais, sindicatos e comunidades de bairro, exigindo sanções mais duras contra o governo de extermínio de Israel.
Os organizadores, exigem que o governo belga vá além das medidas adotadas até hoje, que consideram insuficientes.
“A mensagem é clara: os cidadãos exigem uma ação mais contínua. Os políticos devem ir além das promessas vazias: são necessárias sanções políticas e econômicas mais severas”, afirmaram em comunicado, pedindo um embargo total de armas, o fim de toda a colaboração militar e a proibição de qualquer investimento que contribua para a continuidade da “ocupação” da Palestina.
“O movimento aqui na Bélgica continua a pressionar o governo para terminar todas as relações — comerciais, militares ou diplomáticas — com um regime que foi reconhecido por cometer crimes contra a humanidade e que, no mínimo, está cometendo um genocídio e continua a anexar territórios palestinos hoje”, enfatizou Fiona Ben Cheukroun, coordenadora europeia do Comitê Nacional Palestino BDS, uma coligação de organizações de solidariedade.
As organizações participantes do ato descreveram as sanções aplicadas pelo governo ao regime israelense como “meias medidas” e garantiram que continuarão “a exercer pressão (…) enquanto o genocídio continuar a todo o vapor, enquanto os bombardeios e bloqueios continuarem, enquanto a ajuda for retida e as famílias morrerem de fome, enquanto as casas palestinas forem destruídas e assentamentos ilegais forem construídos”.
A mobilização ocorreu no final da mesma semana em que o governo belga anunciou a sua intenção de reconhecer o Estado da Palestina, o que poderá acontecer na próxima Assembleia Geral das Nações Unidas, este mês, embora tenha condicionado esta medida à libertação de todos os mantidos em cativeiro em Gaza, sem mencionar a sabotagem de qualquer acordo justo pelo governo de Benjamin Netanyahu.
Bruxelas anunciou um pacote de doze sanções contra Israel, incluindo a declaração de colonos israelenses ligados a atos violentos e “dois ministros israelenses extremistas” como “personas non gratas”, referindo-se provavelmente ao ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, e ao ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir.
No entanto, essas medidas não são suficientes para as dezenas de milhares de pessoas que se manifestaram para exigir sanções mais duras contra o governo israelense e respeito pelo direito internacional. “O governo belga anunciou uma série de sanções, o que é bem-vindo, mas está longe de ser suficiente para que a Bélgica cumpra a sua obrigação legal, são formais e sem prazo concreto para serem cumpridas”, comentou Ben Cheukroun, coordenador europeu da iniciativa anti-Israel de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS).
Cheukroun enfatizou que a União Europeia (UE) se revelou “cúmplice e profundamente apoiadora do regime israelense de apartheid e genocídio”, acusando-a de “continuar a financiá-lo sem cortar quaisquer laços com Israel”.
Desde outubro de 2023, o regime de Netanyahu já matou ao menos 64.522 palestinos na Faixa de Gaza, enquanto pelo menos 163.096 ficaram feridos, a maioria mulheres e crianças. Além disso, o cruel cerco levou a população à beira da fome, com cerca de 400 civis mortos por esse motivo, e todas as infraestruturas de Gaza foram reduzidas a escombros após dois anos de guerra genocida.
Fonte: Papiro