Rota entre portos no Amapá e na China intensificará comércio Brasil-Ásia

Já está em andamento a primeira viagem da rota marítima que liga o porto de Gaolan, na cidade de Zhuhai, China, e o porto brasileiro de Santana, no Amapá, o que facilitará o escoamento de produtos, sobretudo da região amazônica, para o mercado asiático, bem como a importação advinda da China. A informação foi dada pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
Com a rota, o governo espera fortalecer o comércio internacional com foco no desenvolvimento regional, na bioeconomia e na integração produtiva. O primeiro navio que saiu de Zhuhai chega a Santana ainda neste mês e já está previsto um segundo embarque para setembro.
“A rota marítima reduz custos logísticos, diminui o tempo de transporte e fortalece o comércio bilateral. O primeiro navio tem previsão de chegar em breve ao Porto de Santana, o que confirma o progresso da iniciativa. Essa conexão amplia a presença dos produtos amazônicos no mercado asiático e intensifica o intercâmbio comercial com a América Latina”, afirmou o ministro Waldez, durante visita feita por comitiva brasileira ao Porto de Gaolan no último final de semana.
A área da Grande Baía de Guangdong possui o maior Produto Interno Bruto (PIB) da China. “São 120 milhões de consumidores com um potencial muito grande de absorver os produtos da Amazônia, como açaí, castanhas, peixes, carne bovina, madeira e minérios”, destacou Marcius Nei, CEO da Sino-Lac Amazônia.
Além de atender à demanda interna, a partir da Grande Baía, as cargas provenientes do Brasil também podem alcançar outros mercados estratégicos, como Vietnã, Indonésia, Japão e Coreia do Sul.
A delegação brasileira também visitou a sede da Plataforma Integrada de Serviços Econômicos e Comerciais Sino-Latino-Americana e conheceu a estrutura de armazéns refrigerados, de congelados e de carga seca, além de dois blocos de prédios exclusivos para o Brasil. Esses espaços têm capacidade para receber até 150 empresas brasileiras interessadas em se instalar na China, segundo o MIDR.
“É uma oportunidade única para que companhias do Brasil abram filiais em Zhuhai e coloquem seus produtos diretamente à disposição do consumidor chinês. É um momento particularmente oportuno porque a relação comercial Brasil-China, que já é a principal do nosso País e tende a crescer ainda mais. Estimamos um potencial para aumentar duas ou três vezes os valores de intercâmbio comercial (nos próximos anos)”, concluiu Nei.
Fruto de acordos bilaterais firmados entre os governos brasileiro e chinês, a nova rota atende diretamente zonas estratégicas de produção agrícola e mineral, consolidando os portos de Santana e Salvador, na Bahia, como hubs para o escoamento de produtos como soja, minério de ferro, carne bovina e celulose, além de facilitar a importação de insumos industriais e tecnológicos vindos da Ásia.
Com agências